PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) NOS MUNICÍPIOS DA I REGIÃO DE SAÚDE, PERNAMBUCO, BRASIL, 2012 – 2017
DAIANNY DE PAULA SANTOS 1, ANDRÉA FLÁVIA LUCKWÜ DE SANTANA GONÇALVES1, NÍVIA CARLA DE LIMA1, VIVIANE MARIA RIBEIRO PINA1, ÂNGELA ROBERTA LESSA DE ANDRADE1
1. I GERES/SES - PE - I Gerência Regional de Saúde. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, 2. RMSC - SESAU - Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Secretaria de Saúde do Recife (SESAU)
DAIANNY.PS@HOTMAIL.COM

A Leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecto-parasitária, causada pelo protozoário Leishmania e transmitida por meio da picada de flebotomíneos fêmeas infectadas, do gênero Lutozomyia . A doença possui ampla distribuição mundial, sendo verificada alta prevalência de casos na América Latina. No Brasil, a LTA é observada em diversos municípios, principalmente no Nordeste, estando relacionada aos determinantes sociais da saúde por se tratar de uma doença negligenciada. Na lógica da descentralização e municipalização da saúde, Pernambuco organiza-se em 12 regiões de saúde. A I Região de Saúde possui 19 municípios e a Ilha de Fernando de Noronha. O objetivo deste estudo é descrever o perfil epidemiológico da LTA na I Região de Saúde de Pernambuco. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo cujos dados foram obtidos por meio do Sistema de Informação de Agravos de notificação (SINAN Net) a partir das notificações realizadas entre os anos de 2012 a 2017. Na série histórica analisada foram identificados 596 casos, com maior ocorrência de notificações em 2015 (n=185; 31%) e autóctones (n=356; 59%). Maiores taxas de prevalência por 100.000 habitantes foram observadas nos municípios de Moreno (351,0), Chã de Alegria (177,4) e Ipojuca (69,4). Na região, a prevalência foi de 14,3/100.000 hab. Os indivíduos acometidos por LTA eram do sexo masculino (n=392; 66%), entre 20 a 49 anos (n=282; 47%), não-brancos (n=364; 61%) e residentes em áreas rurais (n=346; 58%). 55% dos casos foram confirmados por meio do critério clínico-laboratorial (n=329;) e quase a totalidade dos casos foi classificada como lesões cutâneas (n=548; 91%). Percentual importante não foi associado à co-infecção HIV (n=289; 48%), entretanto a alta incompletude (51%) deste campo pode ter inviabilizado a análise desse aspecto. A maioria dos casos evoluiu para cura (n=458; 76%), com registro de apenas 06 abandonos ao tratamento e 01 óbito. Reitera-se a importância das ações de vigilância e controle da LTA, assim como a qualificação da atenção à saúde direcionada aos indivíduos acometidos pelo agravo, desde o diagnóstico ao  tratamento precoce. Melhorias no processo de preenchimento da ficha de notificação também são necessárias para a qualificação dos dados do SINAN. As informações epidemiológicas mostraram-se imprescindíveis e atuam como bússolas no planejamento, monitoramento e avaliação das ações de vigilância em saúde na prevenção e controle do agravo. 



Palavras-chaves:  Doenças negligenciadas, Leishmaniose Cutânea, Vigilância em Saúde Pública, Perfil de Saúde