ÓBITOS DE PACIENTES COINFECTADOS POR DENGUE E CHIKUGNUNYA ENTRE 2016 E 2017 NO CEARÁ |
Arboviroses como dengue e chikungunya estão entre os grandes problemas de saúde pública no Brasil. Os sintomas de ambas as doenças podem ser semelhantes no início, dificultando o diagnóstico clínico. A coinfecção por esses dois vírus pode agravar o quadro do paciente, que poderá evoluir para óbito . A partir de 2016 observou-se um aumento na cocirculação dessas doenças e consequentemente da sua letalidade, sendo importante diagnosticar a coinfecção d os óbitos com suspeita de arboviroses . O objetivo deste trabalho foi descrever as características clínicas e histopatológicas dos óbitos necropsiados de pacientes com coinfecção pelos vírus da dengue e chikungunya no Ceará, em 2016 e 2017. Trata-se de um estudo retrospectivo com dados secundários obtidos a partir dos prontuários do Serviço de Verificação de Óbitos do Ceará, que apresentaram confirmação laboratorial de coinfecção por dengue e chikungunya. Durante o período do estudo, oito casos foram identificados e necropsiados. A média de idade foi de 58 (34 – 82) anos, predominou o sexo masculino (6), o tempo médio entre o início dos sintomas e o óbito foi de 5,5 (1 – 10) dias, e um dos óbitos analisados foi um natimorto. Os sintomas mais prevalentes foram febre e mialgia e 5 casos apresentaram hipertensão como comorbidade associada. Os achados histopatológicos evidenciaram presença de infiltrado inflamatório em órgãos como fígado e pulmão. Entre os achados histopatológicos mais prevalentes: hipertrofia cardíaca (3), hemorragia pulmonar e esclerose glomerular (2) e necrose hepatocelular (1). Todas as causas básicas dos óbitos foram distintas. Os sintomas encontrados no estudo possuem relação com aqueles comuns em arboviroses e o tempo até evolução para óbito também foi compatível com infecções por esses arbovírus. Tal fato mostra o quanto pacientes com infecção simultânea por arbovírus podem evoluir gravemente, muitas vezes em um pequeno intervalo de tempo. |