DESCRIÇÃO DOS ÓBITOS DE CHIKUNGUNYA NA CIDADE FORTALEZA, CEARÁ ENTRE 2016 E 2017
JOHN WASHINGTON CAVALCANTE 1,2, CAMILA DE SOUSA LINS DE AZEVEDO1,2, ANA MARIA PEIXOTO CABRAL1,2, RHAQUEL DE MORAIS ALVES BARBOSA OLIVEIRA1,2, FRANCISCA KALLINE DE ALMEIDA BARRETO1,2, ILEANA PITOMBEIRA GOMES1,2, ADRIANA ROCHA SIMIÃO1,2, LUCIANO PAMPLONA DE GÓES CAVALCANTI1,2
1. UFC - Programa de Pós-Graduação em Patologia. Universidade Federal do Ceará, 2. SVO-CE - Serviço de Verificação de Óbitos da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, 3. UFC - Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. Universidade Federal do Ceará , 4. SESA/CE - Secretaria Estadual do Ceará, 5. SMS - Vigilância Epidemiológica do município de Fortaleza, 6. MEAC - Maternidade Escola Assis Chateaubriand
JOHNWCAVALCANTE@GMAIL.COM

A chikungunya (CHIKV) é uma arbovirose que vem causando grandes epidemias no país, gerando preocupação em relação à sua morbi/mortalidade. Os anos de 2016 e 2017 foram confirmados um grande número de casos na cidade de Fortaleza-CE, com uma incidência de 681,38/100 mil habitantes e 2.348,45/100 mil habitantes; respectivamente. Associada a essa grande quantidade de casos, foram confirmados 26 óbitos no ano de 2016 e 144 em 2017 devido ao CHIKV. O objetivo deste trabalho foi descrever o perfil epidemiológico de óbitos por Chikungunya no município de Fortaleza nos anos de 2016 e 2017. Trata-se de um estudo retrospectivo com dados secundários obtidos do Sistema de Monitoramento Diário de agravos (SIMDA) da prefeitura de Fortaleza. Durante o ano de 2016 dos 26 óbitos por CHIKV, 19,2% se encontravam na faixa etária entre 40 a 59 anos, 46,2% entre 60 a 79 anos e 34,6% entre 80 a 99 anos. No ano de 2017 foram confirmados 144 óbitos, 2 eram crianças, uma de 8 dias e outra de 12 anos, 3,5% se encontravam na faixa etária entre 20 a 39 anos, 8,3% de entre 40 a 59 anos, 40,3% entre 60 a 79 anos, 43,8% entre 80 a 99 anos e em 4 óbitos, os pacientes eram maiores de 100 anos. Esses óbitos ocorreram predominantemente em hospitais particulares ou filantrópicos 57,7% e, Unidade de Pronto Atendimentos (UPA) 19,2%, durante o ano de 2016. No ano seguinte, a maioria dos óbitos ocorreu em hospitais particulares ou filantrópico 49,3%, seguido dos hospitais municipais 17,4%, Hospitais estaduais e federais 15,3%, domicílio 6,9%, UPAs 6,3% e outros estabelecimentos 4,9%. Em 2016, 34,6% dos pacientes residiam na regional de saúde I, seguido da III, com 30,8%. Em 2017, na regional de saúde II residiam 22,9% e na regional III 18,1% dos óbitos. A maioria dos óbitos do ano de 2016 ocorreu no segundo trimestre do ano (46,2%), seguido do terceiro trimestre (26,9%). Em 2017 a maioria dos óbitos também ocorreu no segundo trimestre, com 85,4%, seguido do primeiro trimestre, com 11,1%. Segundo o Ministério da Saúde os óbitos decorrentes do CHIKV ocorrem principalmente em pacientes com comorbidades e em extremos de idade, dados que foram confirmados neste estudo. Essas informações podem ser úteis ao entendimento da gravidade da CHIKV, assim também como para formulação de possíveis políticas públicas voltadas para a prevenção desta doença, que se alastrou tão rapidamente em nosso país.



Palavras-chaves:  Mortalidade, Febre de Chikungunya, Infecção por Arbovírus