Epidemiologia e Mortalidade das Internações Hospitalares por Tuberculose Pulmonar no Estado da Bahia |
A tuberculose (TB) é uma doença milenar que persiste como problema de saúde global. É uma das 10 maiores causas de morte no mundo, acometendo 10 milhões de pessoas por ano. O Brasil é um dos 22 países priorizados pela Organização Mundial de Saúde que concentram 80% da carga mundial de TB. A TB é causada pelo Mycobacterium tuberculosis , a forma pulmonar é a mais frequente e responsável pela manutenção da cadeia de transmissão. Objetivou-se descrever as internações hospitalares por TB pulmonar no estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10, no período de 2008 a 2017, quanto às características sociodemográficas e custos de hospitalização. Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS), do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram registradas 10.547 internações por TB pulmonar no estado da Bahia, com aumento de 1565% no número de internações para o período analisado. O sexo masculino correspondeu por 71,83% das internações e 92% dos registros foram ignorados quanto à raça/cor. A faixa etária predominante foi de 40-59 anos (23,15%), seguida de 30-39 anos (20,67%) e 50-59 anos (19,53%). O hospital especializado Octávio Mangabeira correspondeu por 78,2% das internações. O tempo de permanência médio das internações foi de 19,6 dias, porém houve uma redução de 37,68% do tempo de hospitalização para o período analisado. O valor médio das internações foi de R$ 1.493,94. Quando aos óbitos, 73,73% ocorreram no sexo masculino e 22,12% na faixa etária de 50-59 anos. Em relação a letalidade hospitalar, percebe-se uma tendência a redução a cada ano, com pico em 2008 de 110 óbitos/1000 internações e menor valor registrado em 2016, com 54,8 óbitos/1000 internações. A TB pulmonar ainda é problema de saúde pública no estado da Bahia, causa importante de gastos de verbas em saúde hospitalar e de permanência prolongada nos leitos. A letalidade, decrescente a cada ano, é maior em homens em idade economicamente produtiva. O aumento do número de internações a cada ano demonstra a necessidade de reforçar atividades preventivas em atenção primária, como a vacinação, pesquisa da TB em contatos e de tratamento diretamente observado. |