Perfil Clínico-Epidemiológico dos Casos de Hanseníase no Município de Feira de Santana, Bahia.
HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, RENATA DÓREA LEAL TEIXEIRA 1
1. LADERM-UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina, Liga Acadêmica de Dermatologia, 2. LADERM - UEFS - Orientadora da Liga de Dermatologia, Universidade Estadual de Feira de Santana
marize.foliveira@gmail.com

A hanseníase é uma infecção crônica causada pelo Mycobacterium leprae , que infecta a pele e os nervos periféricos, especialmente células de Schwann. O quadro clínico é polimorfo, em geral com lesões de pele, redução de sensibilidade, espessamento de nervos e disautonomias no trajeto destes. A hanseníase é causa de deformidades e incapacidades físicas. Objetivou-se descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos confirmados de hanseníase no município de Feira de Santana, Bahia, no período de 2015 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de abordagem quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde (MS). Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 244 casos no período, com tendência crescente de casos a cada ano. Quanto ao modo de entrada, 93,44% foram casos novos, 3,68% recidivas e 2,86% outros reingressos. O sexo masculino correspondeu por 53,68% do total de casos. A faixa etária mais acometida foi a de 40-59 anos (43,85%) e os casos em menores de 15 anos corresponderam por 2,45% do total. Quanto à classificação operacional, 70,08% dos casos eram multibacilares. A forma clínica predominante, segundo a Classificação de Madri, foi a dimorfa (45,9%), seguida da virchowiana (20,49%), tuberculóide (17,21%) e indeterminada (14,34%). O número de lesões cutâneas e de nervos acometidos ao momento da notificação foi ignorado em 63,93% e 66,8% dos registros respectivamente. Ao diagnóstico, 36,47% se apresentaram com grau de incapacidade 1, 9,42% com grau de incapacidade 2, 45,49% com grau zero e 6,96% não foram avaliados. A proporção média de contatos examinados foi de 54,3%. A taxa de cura média entre os anos de 2015 e 2016 foi de 93,8%. Ainda estão em tratamento 30,32% dos casos e os abandonos corresponderam a 6,14%. A hanseníase ainda é problema de saúde pública em Feira de Santana. Embora a taxa de cura seja considerada boa, a proporção de casos com incapacidade grau 2 e a taxa de contatos examinados ainda são consideradas alta e precária respectivamente, de acordo com os parâmetros de vigilância de hanseníase do MS. Deste modo, é necessário reforçar as atividades de detecção oportuna e/ou precoce dos casos, de modo que o diagnóstico ocorra antes do desenvolvimento de deformidades e incapacidades na população, além de cessar a cadeia de transmissão.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hanseníase, Saúde Pública