EXPRESSÃO DE CITOCINAS E PROTEÍNAS DA MATRIZ EXTRACELULAR EM CAMUNDONGOS INFECTADOS POR L. amazonensis |
As leishmanioses são um complexo de enfermidades causadas por Leishmania spp. Durante a infecção, as leishmânias podem modular a expressão de citocinas e componentes da matriz extracelular. A suscetibilidade à L. major está associada ao padrão de resposta Th2, enquanto a resistência está associada ao Th1. No entanto, esta dicotomia não ocorre na infecção por L. amazonensis . O objetivo deste trabalho foi determinar a expressão de citocinas, iNOS e proteínas da matriz extracelular em camundongos sensíveis e resistentes infectados por L. amazonensis . Camundongos C57BL/10 e C3H/He foram infectados com formas promastigotas de L. amazonensis . As quantificações da carga parasitária, expressão de citocinas, iNOS e proteínas da matriz extracelular na pata, linfonodo, fígado e baço foram realizadas por qRT-PCR em diferentes tempos. Camundongos C57BL/10 apresentaram aumento progressivo da carga parasitária em todos os órgãos analisados. Por outro lado, nos animais C3H/He a carga parasitária foi extremamente baixa. Camundongos C57BL/10 expressaram maiores níveis de TGF-β no início da infecção, os quais estavam associados a desativação do macrófago e ao estabelecimento do parasito. Por outro lado, na fase tardia da infecção houve o aumento da expressão de citocinas proinflamatórias (IL-12, TNF-α e IFN-ɣ) e iNOS que estava associado à destruição tecidual. No baço, a expressão de IL-10 estava associada à presença do parasito. Na pata destes animais houve associação entre o aumento da expressão de fibronectina, laminina, colágeno III e IV com a expressão de TGF-β. A expressão de colágeno III na fase tardia da infecção foi associada com a presença maciça de histiócitos parasitados. Já a pata dos C3H/He apresentou um aumento da expressão de TNF-α, colágeno IV e laminina no início da infecção, mas nenhuma produção de IFN-ɣ ao longo da infecção. Concluímos que a infecção por L. amazonensis induz a expressão de diferentes citocinas, não havendo uma polarização da resposta imunológica, como observado na infecção por L. major . A resistência à infecção não está associada ao padrão de resposta Th1 ou à expressão de iNOS, enquanto a suscetibilidade está correlacionada a uma expressão descontrolada de citocinas proinflamatórias. A elucidação destes mecanismos de resistência pode explicar o amplo espectro de manifestações clínicas causadas por L. amazonensis . Palavras-chave: camundongos, citocinas, leishmaniose, matriz extracelular, qRT-PCR |