ASPECTOS GERAIS DA INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA: UMA REVISÃO
ANA BEATRIZ RAMALHO DA SILVA1, CÁSSIO RICARDO DE MEDEIROS SOUZA1, JANEUSA TRINDADE DE SOUTO1
1. UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
anabeatrizrm@outlook.com

O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus pertencente à família Flaviviridae, sendo transmitido por mosquitos do gênero Aedes , especialmente pela espécie Aedes aegypti . Sua descoberta se deu em 1947, em Uganda. Desde então, casos esporádicos foram relatados e confinados às regiões da África e da Ásia até que, no início século XXI o vírus emergiu em diferentes lugares do globo, causando três grandes surtos consecutivos na Ilha de Yap (2007), na Polinésia Francesa (2013) e no Brasil (2015), de onde se espalhou para outros países do continente americano.O ZIKV é um vírus de RNA que codifica uma poliproteína precursora, a qual é posteriormente processada em três proteínas estruturais: proteína do capsídeo (C), proteína precursora de membrana (prM), proteína do envelope (E) e 7 proteínas não estruturais (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B, NS5). Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura a partir da bibliografia disponível a respeito deste vírus. Revisou-se a produção científica em banco de dados (Scienc Direct, SciELO, PubMed, Medline, Periódicos Capes) a partir de 2007, quando se teve o primeiro surto da infecção pelo ZIKV, na Ilha de Yap. São apresentados aspectos referentes à descoberta e histórico do ZIKV, a situação epidemiológica da infecção por este vírus até o segundo semestre de 2017, as possíveis formas de transmissão, estrutura e patogenia, os mecanismos da resposta imune contra o ZIKV, a sintomatologia e as complicações decorrentes da infecção. Por fim, aponta-se os principais métodos diagnóstico e alternativas terapêuticas. A atual situação epidemiológica da infecção pelo ZIKV no Brasil revela uma diminuição significativa de casos quando comparada aos primeiros anos que se seguiram à entrada do vírus no território brasileiro. Não se sabe ao certo que fatores têm contribuído para esse cenário, mas é provável que estejam relacionados ao desenvolvimento de memória imunológica conferida por infecções prévias por outros flavivírus antigenicamente relacionados ou à imunização de grupo. Nesse contexto, o papel de infecções prévias por outros flavivírus é controverso uma vez que poderia contribuir para a imunização ao ZIKV, mas por outro lado poderia levar ao agravamento da infecção em consequência do fenômeno de aprimoramento da doença dependente de anticorpo (ADE).



Palavras-chaves:  vírus Zika, resposta imune, patogenia.