SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO MUNICÍPIO DE TIMBAÚBA-PE, 2010 A 2017
JOSÉ LANCART DE LIMA1,2, RAFAELLA DE ARAÚJO MONTEIRO BANDEIRA1,2, DANILO ABREU DA SILVA1,2, MICHELLY BRAZ DO NASCIMENTO ESTEVAM1,2, MARIA JOSÉ BARBOSA DE LIMA 1,2, VALÉRIA MARIA DA SILVA1,2, ROSSANA DE ARAÚJO BARBOZA1,2, CAMILLA DE SENA GUERRA BULHÕES1,2, JÚLIA RAFAELLY DE MATOS BARBOSA JORDÃO1,2, JANALISSE DE ANDRADE FELINTO MENDES1,2
1. SMS TIMBAÚBA-PE - Secretaria Municipal de Saúde de Timbaúba-PE, 2. SES-PE/XII GERES - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco/XII GERES, 3. CPQAM/FIOCRUZ - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ
jlancart@gmail.com

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero leishmania . Caracteriza-se como uma antropozoonose, isto é, acomete primariamente animais, mas pode infectar acidentalmente o homem. A LTA pode se manifestar na forma cutânea e/ou mucocutânea, sendo considerada um grave problema de saúde pública, devido a sua magnitude, bem como pelo risco de ocorrência de deformidades nos humanos. Assim como em outros Estados do Nordeste, é endêmica em Pernambuco, sendo inicialmente de caráter rural e, recentemente, em expansão para áreas urbanas. No Brasil, a abordagem atual do programa de controle da leishmaniose propõe ações de vigilância que compreendem a coleta e análise de dados dos casos humanos, dos vetores e dos fatores de risco com a finalidade de subsidiar a tomada de decisão e otimizar os recursos disponíveis. Assim, este trabalho tem por objetivo descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de LTA no município de Timbaúba, localizado na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo utilizando como fonte de dados as notificações do SINAN no período de 2010 a 2017. Os dados foram tabulados por meio do software TabWin, versão 3.1. As análises foram realizadas no programa Microsoft Office Excel, obtendo cálculos de frequência e proporções simples da distribuição dos casos por faixa etária, sexo, evolução do casos e forma clínica. No período do estudo foram notificados 157 casos, destes, 32 (20,3%) somente em 2017. A faixa etária mais incidente foi entre as pessoas com 15 a 19 anos, com 15,3% dos casos, seguidos dos grupos de 30 a 39 e de 50 a 59 anos, ambos com 14,0% dos casos.  Quando se analisa o sexo, verificou-se que 63,6% das notificações se deram no sexo masculino. No que diz respeito a evolução clínica dos casos, 85,9% evoluíram para cura e apenas 3,8% abandonaram o tratamento, destes, nenhum registrado nos últimos dois anos e nenhum óbito. Quanto a forma clínica, 99,3% dos casos, foram de leishmaniose cutânea e apenas 0,7% da mucocutânea. Logo, o perfil apresentado, aponta Timbaúba para um município com transmissão que merece uma atenção especial, uma vez que ao acometer mais os homens em idade produtiva, gera reflexos no campo social e econômico. Tal situação denota que, apesar de estarem sendo executadas, as medidas de controle atribuídas a vigilância, necessitam de novos estudos para avaliar a efetividade e eficiência dessas, sobretudo nas áreas prioritárias.



Palavras-chaves:  Leishmaniose, Leishmaniose Cutânea, Vigilância