CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE DE PERNAMBUCO ENTRE OS ANOS DE 2011 A 2016
AMANDA REBECA SOARES DE LUCENA GALINDO 2, CAMILLA VILA NOVA SOARES SILVA2, MICAELLY SOARES DE LUCENA2, IGOR LEONARDO GALINDO LIMA MELO2, ARIANNY SOARES RAMOS DE SANTANA2, LOUISIANA REGADAS DE MACEDO QUININO2
2. IAM/FIOCRUZ-PE - Instituto Aggeu Magalhães, 3. DEVS/RECIFE - Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde, 4. UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, 5. ACCENTURE - Accenture
amanda.arsl@gmail.com

A tuberculose mantém-se no topo da lista dos agravos de saúde tanto no âmbito mundial quanto no nacional e o padrão de ocorrência está na maioria das vezes ligado às condições sociais que a pessoa está inserida. Desde o ano de 2007, foi incorporado ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) os casos referentes as notificações nos presídios. No ano de 2010, o Ministério da Saúde inseriu o conteúdo sobre o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento dos casos de TB nos presídios dentro do Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose . As características epidemiológicas indicam uma maior ou menor susceptibilidade perante a pobreza e uma maior ou menor dificuldade de escapar ileso perante uma situação que impõe riscos, sendo o objetivo deste estudo descrever as características epidemiológicas dos casos de tuberculose na população privada de liberdade (PPL) de Pernambuco, no período de 2011 a 2016.  Estudo epidemiológico, descritivo, de coleta retrospectiva, de corte transversal e utilizaram-se as variáveis sociodemográficas sexo, faixa etária, escolaridade e raça, e as variáveis clínico-epidemiológicas forma clínica, tipo de entrada e situação de encerramento. A população constituiu-se de todos os indivíduos notificados com tuberculose procedentes das unidades prisionais do estado de Pernambuco. Entre os anos de 2011 a 2016, foram notificados e confirmados 4.138 casos, a maioria do sexo masculino (95,34%), baixa escolaridade (46,09%), de raça parda (65,10%) e população jovem (56,28%). A forma clínica pulmonar foi mais prevalente (95,55%), sendo o tipo de entrada casos novos como mais notificações (70,20%) e no quesito situação de encerramento a variável cura foi mais prevalente (68,51%), seguido de transferência (18,75%) e abandono (6,86%). A TB dentro da população prisional apresenta características condizentes com o modo de vida do indivíduo anterior à prisão, como a baixa escolaridade, o uso de álcool e outras drogas, entretanto as condições ambientais carcerárias também influenciam no crescimento dos casos com estruturas físicas e de recursos humanos inadequados, acrescido da precariedade de higiene, ventilação e iluminação solar nas celas. Foi possível verificar que o adoecimento é determinado pelo contexto no qual o indivíduo está inserido. Para tanto, faz-se necessário garantir visibilidade desse grupo vulnerável com o objetivo de alcançar melhores resultados no controle da doença.



Palavras-chaves:  Tuberculose, População Privada de Liberdade, Epidemiologia, Vigilância em Saúde