CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE DE PERNAMBUCO ENTRE OS ANOS DE 2011 A 2016 |
A tuberculose mantém-se no topo da lista dos agravos de saúde tanto no âmbito mundial quanto no nacional e o padrão de ocorrência está na maioria das vezes ligado às condições sociais que a pessoa está inserida. Desde o ano de 2007, foi incorporado ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) os casos referentes as notificações nos presídios. No ano de 2010, o Ministério da Saúde inseriu o conteúdo sobre o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento dos casos de TB nos presídios dentro do Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose . As características epidemiológicas indicam uma maior ou menor susceptibilidade perante a pobreza e uma maior ou menor dificuldade de escapar ileso perante uma situação que impõe riscos, sendo o objetivo deste estudo descrever as características epidemiológicas dos casos de tuberculose na população privada de liberdade (PPL) de Pernambuco, no período de 2011 a 2016. Estudo epidemiológico, descritivo, de coleta retrospectiva, de corte transversal e utilizaram-se as variáveis sociodemográficas sexo, faixa etária, escolaridade e raça, e as variáveis clínico-epidemiológicas forma clínica, tipo de entrada e situação de encerramento. A população constituiu-se de todos os indivíduos notificados com tuberculose procedentes das unidades prisionais do estado de Pernambuco. Entre os anos de 2011 a 2016, foram notificados e confirmados 4.138 casos, a maioria do sexo masculino (95,34%), baixa escolaridade (46,09%), de raça parda (65,10%) e população jovem (56,28%). A forma clínica pulmonar foi mais prevalente (95,55%), sendo o tipo de entrada casos novos como mais notificações (70,20%) e no quesito situação de encerramento a variável cura foi mais prevalente (68,51%), seguido de transferência (18,75%) e abandono (6,86%). A TB dentro da população prisional apresenta características condizentes com o modo de vida do indivíduo anterior à prisão, como a baixa escolaridade, o uso de álcool e outras drogas, entretanto as condições ambientais carcerárias também influenciam no crescimento dos casos com estruturas físicas e de recursos humanos inadequados, acrescido da precariedade de higiene, ventilação e iluminação solar nas celas. Foi possível verificar que o adoecimento é determinado pelo contexto no qual o indivíduo está inserido. Para tanto, faz-se necessário garantir visibilidade desse grupo vulnerável com o objetivo de alcançar melhores resultados no controle da doença. |