PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO
FERNANDA RODRIGUES DA SILVA VASCONCELOS1, ALAINE SANTOS PARENTE1, FÁBIA MARIA DE SANTANA1, FABÍOLA OLINDA DE SOUZA MESQUITA1, ARIANNY SOARES RAMOS DE SANTANA1
1. IAM FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz , 2. FMABC - Faculdade de Medicina do ABC, 3. SMS PETROLINA-PE - Secretaria Municipal de Saúde de Petrolina-PE
fabiagarban@hotmail.com

A Leishmaniose Visceral é uma doença crônica, negligenciada e quando não tratada possui 90% de chance de evoluir para óbito. No Brasil, ela está distribuída nas cinco regiões, atingindo principalmente a região nordeste. Pernambuco é considerado endêmico, apresentando alta incidência e letalidade. Nesse sentido, a doença foi incluída no Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento de Doenças Negligenciadas (Programa Sanar). O objetivo desse trabalho foi descrever o perfil epidemiológico dos casos de leishmaniose visceral no estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa a partir de dados secundários de casos confirmados de Leishmaniose Visceral no período de 2013 a 2017 no estado de Pernambuco, registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e disponibilizados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis selecionadas foram: variáveis demográficas (sexo, faixa etária, escolaridade e raça) e variáveis clínicas (tipo de entrada, critério de confirmação, diagnóstico parasitológico, diagnóstico imunológico e evolução). No período estudado foram registrados 711 casos confirmados de Leishmaniose Visceral. Observou-se um aumento no número de casos ao longo dos anos. A leishmaniose encontra-se amplamente distribuída em todas as regionais de saúde do estado, entretanto, há maior concentração de casos nas regiões de Petrolina (23,77%), Ouricuri (17,72%), Salgueiro e Serra Talhada (13,50%). Observou-se predominância no sexo masculino (64%), na faixa etária de 1 a 4 anos (25,88%) e raça parda (69,20%). Em relação à escolaridade grande parte dos casos não foram preenchidos sendo considerados como ignorados ou em branco (22,93%). Em relação ao tipo de entrada 92,12% foram casos novos. O critério de confirmação predominante foi o laboratorial (75,25%), sendo que 72,43% não realizaram o exame parasitológico e 51,91% não realizaram o exame imunológico. 74,40% dos casos evoluíram para a cura. Os resultados corroboram com os dados do Ministério da Saúde no qual relatam predominância do sexo masculino e na faixa etária menor que cinco anos. A maior incidência da doença em algumas regionais corrobora com os dados apresentados no Plano Sanar do estado de Pernambuco. Esses achados revelam que é necessário fortalecimento das ações de vigilância em saúde visando à redução da incidência da doença.



Palavras-chaves:  Doenças Negligenciadas, Epidemiologia, Leishmaniose Visceral