PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO |
A Leishmaniose Visceral é uma doença crônica, negligenciada e quando não tratada possui 90% de chance de evoluir para óbito. No Brasil, ela está distribuída nas cinco regiões, atingindo principalmente a região nordeste. Pernambuco é considerado endêmico, apresentando alta incidência e letalidade. Nesse sentido, a doença foi incluída no Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento de Doenças Negligenciadas (Programa Sanar). O objetivo desse trabalho foi descrever o perfil epidemiológico dos casos de leishmaniose visceral no estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa a partir de dados secundários de casos confirmados de Leishmaniose Visceral no período de 2013 a 2017 no estado de Pernambuco, registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e disponibilizados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis selecionadas foram: variáveis demográficas (sexo, faixa etária, escolaridade e raça) e variáveis clínicas (tipo de entrada, critério de confirmação, diagnóstico parasitológico, diagnóstico imunológico e evolução). No período estudado foram registrados 711 casos confirmados de Leishmaniose Visceral. Observou-se um aumento no número de casos ao longo dos anos. A leishmaniose encontra-se amplamente distribuída em todas as regionais de saúde do estado, entretanto, há maior concentração de casos nas regiões de Petrolina (23,77%), Ouricuri (17,72%), Salgueiro e Serra Talhada (13,50%). Observou-se predominância no sexo masculino (64%), na faixa etária de 1 a 4 anos (25,88%) e raça parda (69,20%). Em relação à escolaridade grande parte dos casos não foram preenchidos sendo considerados como ignorados ou em branco (22,93%). Em relação ao tipo de entrada 92,12% foram casos novos. O critério de confirmação predominante foi o laboratorial (75,25%), sendo que 72,43% não realizaram o exame parasitológico e 51,91% não realizaram o exame imunológico. 74,40% dos casos evoluíram para a cura. Os resultados corroboram com os dados do Ministério da Saúde no qual relatam predominância do sexo masculino e na faixa etária menor que cinco anos. A maior incidência da doença em algumas regionais corrobora com os dados apresentados no Plano Sanar do estado de Pernambuco. Esses achados revelam que é necessário fortalecimento das ações de vigilância em saúde visando à redução da incidência da doença. |