PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE HANSENÍASE NO ESTADO DE PERNAMBUCO |
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica, causada pelo Mycobacterium leprae . Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2015, 136 países registraram casos de hanseníase. O Brasil possui uma alta endemicidade apresentando uma taxa de detecção geral de 14,07/100.000 habitantes. Há uma tendência de redução nas taxas de detecção de hanseníase em todo o país, contudo algumas regiões ainda apresentam um padrão alto de endemicidade. Pernambuco é hiperendêmico em relação a taxa de detecção em menores de 15 anos e em 2014 apresentou uma taxa de detecção geral de 27 casos por 100.000 habitantes. Considerando a hiperendemicidade do estado de Pernambuco, o objetivo desse estudo foi analisar o perfil epidemiológico de hanseníase no estado de Pernambuco no período de 2014 a 2017. Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa, a partir de dados secundários do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis utilizadas para caracterização do perfil de hanseníase foram: sexo, faixa etária, classificação operacional, grau de incapacidade no diagnóstico e na cura e tipo de encerramento do caso. Os indicadores avaliados foram: taxa de detecção geral de hanseníase, taxa de detecção em menores de 15 anos, proporção de casos novos com grau de incapacidade 2, proporção de cura nas coortes e proporção de contatos examinados na coorte. Esses indicadores foram analisados conforme os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A maior incidência de hanseníase foi encontrada no sexo masculino (50,36%), e na faixa etária de 40 a 49 anos (18,41%). Em relação à classificação operacional predominaram casos multibacilares: no diagnóstico (57,97%) e na alta (58,11%). Na avaliação do grau de incapacidade no diagnóstico predominou o grau 0 (67,6%) e na cura 69,39% foram ignorados; 65,96% dos casos continuaram em tratamento e 24,88% evoluíram para a cura. Observou-se uma redução na taxa de detecção geral de hanseníase, na taxa de detecção em menores de 15 anos, na proporção de casos novos com grau de incapacidade física avaliados e na proporção de cura. Esses achados corroboram com os resultados observados no país, no qual há uma tendência de redução nas taxas de detecção. Entretanto, o estado ainda permanece com uma endemicidade muito alta na taxa de detecção geral e em menores de 15 anos. Os dados apontam a necessidade de maiores esforços para redução da incidência da hanseníase no estado de Pernambuco. |