PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE HANSENÍASE NO ESTADO DE PERNAMBUCO
ALAINE SANTOS PARENTE1, FERNANDA RODRIGUES DA SILVA VASCONCELOS1, FÁBIA MARIA DE SANTANA1, FABÍOLA OLINDA DE SOUZA MESQUITA1, ARIANNY SOARES RAMOS DE SANTANA1
1. IAM FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz , 2. FMABC - Faculdade de Medicina do ABC, 3. SMS PETROLINA-PE - Secretaria Municipal de Saúde de Petrolina-PE
fabiagarban@hotmail.com

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica, causada pelo Mycobacterium leprae . Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2015, 136 países registraram casos de hanseníase. O Brasil possui uma alta endemicidade apresentando uma taxa de detecção geral de 14,07/100.000 habitantes. Há uma tendência de redução nas taxas de detecção de hanseníase em todo o país, contudo algumas regiões ainda apresentam um padrão alto de endemicidade. Pernambuco é hiperendêmico em relação a taxa de detecção em menores de 15 anos e em 2014 apresentou uma taxa de detecção geral de 27 casos por 100.000 habitantes. Considerando a hiperendemicidade do estado de Pernambuco, o objetivo desse estudo foi analisar o perfil epidemiológico de hanseníase no estado de Pernambuco no período de 2014 a 2017. Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa, a partir de dados secundários do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis utilizadas para caracterização do perfil de hanseníase foram: sexo, faixa etária, classificação operacional, grau de incapacidade no diagnóstico e na cura e tipo de encerramento do caso. Os indicadores avaliados foram: taxa de detecção geral de hanseníase, taxa de detecção em menores de 15 anos, proporção de casos novos com grau de incapacidade 2, proporção de cura nas coortes e proporção de contatos examinados na coorte. Esses indicadores foram analisados conforme os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A maior incidência de hanseníase foi encontrada no sexo masculino (50,36%), e na faixa etária de 40 a 49 anos (18,41%). Em relação à classificação operacional predominaram casos multibacilares: no diagnóstico (57,97%) e na alta (58,11%). Na avaliação do grau de incapacidade no diagnóstico predominou o grau 0 (67,6%) e na cura 69,39% foram ignorados; 65,96% dos casos continuaram em tratamento e 24,88% evoluíram para a cura. Observou-se uma redução na taxa de detecção geral de hanseníase, na taxa de detecção em menores de 15 anos, na proporção de casos novos com grau de incapacidade física avaliados e na proporção de cura. Esses achados corroboram com os resultados observados no país, no qual há uma tendência de redução nas taxas de detecção. Entretanto, o estado ainda permanece com uma endemicidade muito alta na taxa de detecção geral e em menores de 15 anos. Os dados apontam a necessidade de maiores esforços para redução da incidência da hanseníase no estado de Pernambuco.



Palavras-chaves:  Doenças Negligenciadas, Epidemiologia, Hanseníase