PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DE PERNAMBUCO
ARIANNY SOARES RAMOS DE SANTANA1, ALAINE SANTOS PARENTE1, FERNANDA RODRIGUES DA SILVA VASCONCELOS1, FÁBIA MARIA DE SANTANA1, FABÍOLA OLINDA DE SOUZA MESQUITA1
1. IAM-FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz , 2. FMABC - Faculdade de Medicina do ABC, 3. SMS PETROLINA-PE - Secretaria Municipal de Saúde de Petrolina-PE
fabiagarban@hotmail.com

A tuberculose (TB) é uma doença de caráter infeccioso e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. Tem como agente etiológico o Mycobacterium tuberculosis e é considerada uma doença negligenciada. Há 22 países que concentram 80% da carga da tuberculose e o Brasil está na 16ª posição em termos de incidência. O objetivo do estudo foi descrever o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose segundo as características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas no estado de Pernambuco, no período de 2013 a 2017. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, realizado com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis sociodemográficas selecionadas foram: sexo, faixa etária, raça e escolaridade e as variáveis clínico-epidemiológicas: forma clínica, confirmação laboratorial, cultura de escarro, teste rápido, 1ª e 2ª baciloscopia de Escarro, baciloscopia no 2º e no 6º mês, tratamento diretamente observado (TDO) e situação de encerramento. No período estudado foram registrados 21.306 casos confirmados de Tuberculose. Observou-se uma redução da tuberculose em todo o estado ao longo dos anos do estudo. No ano de 2017 as regiões com maior incidência foram: Recife (65,00%); Goiana (45,90%); Palmares (41,7%) seguidas de Salgueiro (31,30%) e Caruaru (31,10%). Destaca-se a predominância no sexo masculino (68,52%), na faixa etária de 20 a 39 anos (45,16%) e raça parda (58,12%). Em relação a escolaridade grande parte dos casos não foram preenchidos sendo considerados como ignorados ou em branco (38,21%). A forma clínica predominante foi a pulmonar (84,67%). O critério de confirmação predominante foi o laboratorial (55,69%). A cultura de escarro não foi realizada na maioria dos casos (80,04%), bem como 46,37% dos casos não realizaram o teste rápido de TB. Na 1ª Baciloscopia de  escarro 51,34% se apresentaram como positivos,  no entanto, na 2ª Baciloscopia  67,66% não foram registrados. 38,94% e 52 % foram o quantitativo de ignorados ou em branco da baciloscopia do 2º e 6º mês, respectivamente. Com relação ao TDO, o mesmo foi realizado em 40,74% dos casos. 58,04% dos casos evoluíram para a cura. Os resultados confirmam os achados de outros estudos. Tais achados indicam situação de vulnerabilidade do estado pernambucano quanto ao controle da doença. Sugerindo a necessidade do fortalecimento das estratégias de enfrentamento da doença.



Palavras-chaves:  Doenças Negligenciadas, Epidemiologia, Tuberculose