EVOLUÇÃO TEMPORAL DOS CASOS NOVOS DE HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE PETROLINA - PE, 2005 A 2014
FERNANDA RODRIGUES DA SILVA VASCONCELOS1, ALAINE SANTOS PARENTE1, FÁBIA MARIA DE SANTANA1, FABÍOLA OLINDA DE SOUZA MESQUITA1, ARIANNY SOARES RAMOS DE SANTANA1
1. IAM FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães- Fiocruz , 2. FM ABC - Faculdade de Medicina do ABC, 3. SMS PETROLINA - Secretaria Municipal de Saúde de Petrolina-PE
fabiagarban@hotmail.com

A hanseníase ainda é considerada um desafiante problema de saúde pública. É uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae . O Brasil é o segundo colocado em número de casos absolutos de hanseníase no mundo e responsável pela maior ocorrência na América notificando, em 2016, 25.218 casos novos. Pernambuco ocupou a 9ª colocação no país em casos novos, com 27 casos por 100 mil habitantes. Entre os municípios de Pernambuco, Petrolina destaca-se por ter uma taxa de detecção geral de 56,85 por 100 mil habitantes. Os indicadores propostos pelo Ministério da Saúde são imprescindíveis, pois podem ser utilizados para auxiliar a mensuração dos dados relacionados à hanseníase, ajudando a descrever a situação epidemiológica da doença e acompanhar mudanças ou tendências em um período de tempo. O objetivo do estudo foi caracterizar a evolução temporal dos casos novos de hanseníase, segundo os indicadores epidemiológicos e operacionais no município de Petrolina/PE, no período de 2005 a 2014. Trata-se de um estudo de série temporal, descritivo de corte transversal. Foram analisados os casos novos residentes de Petrolina/PE, com dados secundários oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram selecionadas variáveis sociodemográficas, clínicas, três indicadores epidemiológicos e dois operacionais da hanseníase, calculadas as frequências absolutas, relativas e a taxa de variação. No período de 2005 a 2014 foram notificados 2.219 casos novos de hanseníase no município de Petrolina/ PE. Destes predominaram o sexo feminino (53,45%), a faixa etária de 15 anos a mais (90,90%), a raça/cor parda (58,49%) e a escolaridade da 1ª a 4ª série do ensino fundamental incompleto (24,06%). Nos dados clínicos destacaram-se a classificação operacional paucibacilar (51,92%) e a forma clínica dimorfa (38,35%). Nos três indicadores epidemiológicos as taxas de variação aumentaram. Nos indicadores operacionais a taxa de variação da proporção de contatos aumentou e na proporção de grau de incapacidade física avaliados no diagnóstico reduziu. Tais resultados indicam situação de vulnerabilidade do município de Petrolina/PE quanto ao controle da doença. Sendo reforçados pela circulação do bacilo, transmissão ativa, diagnóstico tardio e o déficit na qualidade do atendimento e vigilância dos contatos nos serviços de saúde demonstrados nos anos analisados através dos indicadores epidemiológicos e operacionais.



Palavras-chaves:  Doenças Negligenciadas, Epidemiologia, Hanseníase