O AGIR COMPARTILHADO: ESTRATÉGIA NA ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DE UM TERRITÓRIO NO SUL DA BAHIA |
Cada vez mais o território vem sendo o elemento principal para entender o processo saúde-doença e gerar subsídios para a organização das ações de saúde. O reconhecimento do território implica entendê-lo como um espaço dinâmico sujeito à alterações, considerando seus usos, hábitos e costumes, os quais nortearão os serviços de saúde. O presente estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos em Saúde, ao conhecer o território a partir da territorialização como estratégia de vigilância em saúde. O estudo foi realizado no território do Arraial Bairro, no Distrito Sanitário (DS) de Arraial D'ajuda, no Município de Porto Seguro–BA, no período de maio de 2016 a janeiro de 2018, com a participação de estudantes do curso Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), professores da UFSB, profissionais da Secretaria de Saúde e da comunidade. Foi realizado no primeiro ano uma territorialização, coletas de informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e diagnósticos participativos. Somadas as informações, conduziram para as etapas do segundo ano, que concentraram-se em propostas, estratégias e intervenções em conjunto com a comunidade. A partir da experiência/vivência, foi possível conhecer as reais condições de vida e da situação de saúde da população, além dos diversos elementos sociais, econômicos, culturais, ambientais, políticos e demográficos, que podem influenciar de maneira direta ou indireta o processo saúde/doença dos indivíduos e da coletividade. Identifica-se, ainda através do SINAN, os números de casos de arboviroses, sendo o mais expressivo a Dengue (864), seguido por ZIKA (650) e Chikungunya (450), (2016). Partindo dessa constatação, as propostas e as intervenções foram baseadas na educação permanente, de maneira participativa e democrática, executando os princípios norteadores do SUS, como: descentralização, equidade e a participação social. Participação essa, fundamental para a conscientização do poder da população em construir, validar e remodelar as decisões que dizem respeito à sua qualidade de vida dentro das suas singularidades. Portanto a base para as ações de saúde devem ser as especificidades dos contextos de cada território e de cada situação. Afinal os problemas, os agravos e as condições de saúde da população estão ligados ao território. Assim compreender o território se torna fator fundamental no planejamento estratégico das ações de vigilância em saúde. |