ATIVIDADE LEISHMANICIDA IN VITRO E ESTUDOS IN SILICO FLAVOPEREIRINA
JOÃO VICTOR DA SILVA E SILVA2, YASMIN HANNA COUTO BRANDÃO 2, JORDANO FERREIRA REIS2, ANDREY MOACIR DO ROSÁRIO MARINHO2, AGNALDO DA SILVA CARNEIRO2, MARIA FÂNI DOLABELA2
1. UFPA - Universidade Federal do Pará, 2. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz, 3. ICS - UFPA - Instituto de Ciências da Saúde - UFPA, 4. ICEN - UFPA - Instituto de Ciências Exatas e Naturais - UFPA
hannabrandao@gmail.com

O presente estudo avaliou a atividade leishmanicida, bem como realizou estudos in silico com o alcaloide β-carbolínico flavopereirina. O alcaloide foi isolado do extrato etanólico obtido das cascas de Gesissospermum vellosii Allemão (Apocynaceae), e caracterizado por métodos espectrométricos (ultravioleta, massa e ressonância magnética nuclear). A atividade antileishmania, contra formas promastigotas de L. amazonensis, foi realizada através do ensaio de viabilidade parasitária (MTT), sendo utilizadas diferentes concentrações da flavopereirina e diferentes tempos de tratamentos (24, 48 e 72 h), para determinação da concentração inibitória 50% (CI50), através do programa GraphPad Prism 6.0. Simulações de docking molecular in silico foram realizadas avaliando à interação entre Oligopeptidase B (PDB ID: 2XE4) e a flavopereirina (software Molegro Virtual Docking). Simulações de dinâmica molecular e cálculos de energia de ligação livre foram realizados usando os softwares Amber 12 e Ambertools 13 e as propriedades moleculares teóricas foram calculadas no Molinspiration web site para avaliar a drogabilidade da flavopereirina e anfotericina B segundo a regra dos cinco de Lipinski, que avalia parâmetros farmacocinéticos. A flavopereirina inibiu, de forma significativa, as formas promastigota, sendo que o tempo de exposição não interferiu, de forma significativa, na atividade (CI50 em 24h= 0,23 ± 0,10 µg/mL; 48h= 2,34 ± 0,50 µg/mL; 72h= 0,15 ± 0,06 µg/mL), e em comparação com a anfotericina B (CI50 em 24h= 0,42 ± 0,09 µg/mL; 48h= 1,79 ± 0,06 µg/mL; 72h= 0,35 ± 0,01 µg/mL). Nos estudos de propriedades moleculares, a flavopereirina não violou nenhum dos parâmetros da regra de Lipinski enquanto que a anfotericina B violou os parâmetros de LogP, volume molecular e quantidade de doadores e aceptores de elétrons. No docking, a flavopereirina interagiu com o resíduo o Tyr-499, responsável pelo reconhecimento dos substratos da oligopeptidase B, resultado comprovado pela dinâmica molecular e apresentando energia livre total de -15,27 kcal/mol e contribuição de -3,05 kcal/mol da interação pi com a Tyr-499. Em síntese, a flavopereirina é promissora como leishmanicida e sua atividade pode estar relacionada a ligação a oligopeptidase B.



Palavras-chaves:  Apocynaceae, Flavopereirina, Geissospermum vellosii, Leishmania, Oligopeptidase B