ANÁLISE DOS CASOS DE HANSENÍASE ATENDIDOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DE SÃO LUÍS NO ANO DE 2017 |
A Hanseníase é uma doença granulomatosa crônica, infecciosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, de investigação obrigatória e notificação compulsória em território nacional. Com alto grau incapacitante, afeta principalmente a população economicamente ativa. Houve redução de 34,1% na incidência de hanseníase no Brasil, entre 2006 e 2015, porém o Maranhão é um dos estados onde a doença se mantém mais prevalente, carecendo de estudos que analisem as estratégias empregadas para seu controle. Este é um estudo exploratório que busca avaliar a assistência oferecida ao paciente hanseniano no Hospital Aquiles Lisboa (HAL), referência do estado em diagnóstico e tratamento dessa patologia. Considerou-se o perfil epidemiológico dos pacientes, motivos de alta, a forma da doença e a terapêutica adotada. Foram analisados 128 prontuários, abertos em 2017 fechados até maio de 2018, com dados completos e legíveis, tendo sido excluídos 75 dos 203 totais. A maioria dos pacientes apresenta idade de 26 a 60 anos. Conforme os resultados obtidos, 41,41% dos pacientes em questão têm a sensibilidade preservada, enquanto 35,16% apresentam perda da sensibilidade Grau 1. Ademais, 14,84% dos pacientes possuem deficiência visível, e 4,69% não foram avaliados quanto a esse parâmetro. Isso sugere certa ineficiência no sentido de evitar a evolução da doença. A maioria dos pacientes apresentou a forma clínica dimorfa (59,38%), segunda mais grave da doença. Isso demonstra o diagnóstico tardio de parte dos casos, e evolução dos pacientes para as formas infectantes da doença. Houve ligeiro predomínio das formas mais graves da doença no sexo masculino. O tratamento predominante (80,47%) foi a poliquimioterapia para forma multibacilar, sendo essa prorporção já encontrada em estudos anteriores e esperada para uma unidade de referência. A maioria dos pacientes permaneceu por até 30 dias no HAL, seguido de um período de 6 a 12 meses. O motivo principal de saída foi a alta por transferência (68,75%), seguida da alta por cura (21,88%). É preciso que a população seja consciente acerca do tratamento da hanseníase, para que pacientes prossigam a terapêutica quando encaminhados para outras unidades. Portanto, as pessoas devem ser estimuladas a procurar instituições de saúde diante de sintomas característicos, favorecendo o diagnóstico precoce e tratamentos que impeçam a evolução da doença, de modo a diminuir os seus indicadores epidemiológicos. Assistência, Epidemiologia, Hanseníase, Maranhão. |