BUSCA ATIVA DE CRIADOUROS NATURAIS DE FLEBOTOMÍNEOS EM AMBIENTE URBANO
DENISE THEODORO DA SILVA1, SELENE DANIELA BABBONI1, TÁLIA MISSEN TREMORI 1, NOEME SOUSA ROCHA1, JOSÉ RAFAEL MODOLO1, CASSIANO VICTÓRIA1
1. FMVZ - UNESP - BOTUCATU - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Campus de Botucatu, 2. UNIP - Universidade Paulista - Campus Dutra, 3. CIETUS - USAL - Centro de Investigación de Enfermidades Tropicales, Universidad de Salamanca
talia_missen@hotmail.com

A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) apresenta crescente dispersão no estado de São Paulo, influenciado pelo fluxo de pessoas e animais pela rodovia Marechal Rondon e suas transversais, no sentido oeste para leste. Fêmeas de Lutzomyia longipalpis, o principal vetor de LVC em São Paulo, estão presentes em 113 municípios do estado . Acompanhar sistematicamente a superfície do solo com a utilização de armadilhas de emersão possibilita elucidar os locais de desenvolvimento natural dos flebotomíneos e permite  elaborar medidas para o controle do vetor. O presente trabalho teve como objetivo identificar áreas de risco para criação e manutenção dos flebotomíneos baseado nas características ambientais e captura destes por um modelo adaptado de armadilha de emersão em Lençóis Paulista, classificado como município com transmissão canina e humana; e em Botucatu, classificado como silencioso, não receptivo e vulnerável; mas, se encontra próximo a municípios com epidemias recentes e ás margens da rodovia Marechal Rondon. Para a determinação do número de armadilhas, foi realizada uma amostragem não probabilística intencional, desde que fossem observados: terreno com área verde, piso de terra, apresentando alto índice de sombra, umidade, matéria orgânica, presença de animais e a presença de flebotomíneos adultos capturados previamente pelas equipes de controle de vetores, com a utilização de armadilhas tipo CDC. Montou-se 333 armadilhas em imóveis urbanos, no período de novembro de 2012 a janeiro de 2014 , capturando 11.857 insetos pertencentes às ordens Diptera, Hymenoptera, Coleoptera, Collembola, Orthoptera, Homoptera, Dermaptera e Lepidoptera . Dentre os dípteros, foi possível observar indivíduos de 21 famílias, incluindo Psychodidae e Mycetophilidae , que tem acentuada ação predatória, mesmo sobre estádios larvais mais avançados do vetor. Não foi capturado nenhum flebotomíneo, entretanto o risco de transmissão de leishmaniose em ambos os locais não deve ser ignorado. Achados do estudo mostraram que as características ambientais dos municípios estudados são parecidas com as descritas na literatura. Ademais, a captura do vetor e cães reagentes aos testes oficiais para LVC, nas áreas do estudo em Lençóis Paulista, a presença dos vetores de leishmaniose tegumentar americana (LTA) e a presença de mamíferos silvestres com titulação para L. infantum em Botucatu , r essalta a necessidade de ações de vigilância epidemiológica desta zoonose.



Palavras-chaves:  Controle vetorial, Flebotomíneo, Lutzomia longipapis, leishmaniose