PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NA VIII REGIÃO DE SAÚDE, PERNAMBUCO, BRASIL, 2015-2017
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No Brasil, as serpentes, aranhas, escorpiões e lagartas são os animais peçonhentos com maior relevância para a saúde pública, devido ao potencial de gravidade dos acidentes causados. Segundo o Ministério da Saúde, as notificações desses acidentes vêm aumentando gradativamente ao longo dos anos. Com isso, são necessários estudos que abordem as análises epidemiológicas desse agravo para entender sua distribuição e dinâmica. Este estudo objetiva caracterizar o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos ocorridos na VIII Região de Saúde de Pernambuco no período de 2015 a 2017, buscando subsidiar o entendimento dos condicionantes que contribuem para esta ameaça à saúde da população da região, com foco na proposição de ações de prevenção. Foi realizada uma pesquisa transversal e descritiva, a partir dos dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram utilizadas as variáveis da ficha de notificação/investigação de acidentes por animais peçonhentos. A VIII Região de Saúde de Pernambuco é composta pelos municípios de Afrânio, Cabrobó, Dormentes, Lagoa Grande, Orocó, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista. No período estudado, foram registrados, 1.385 acidentes por animais peçonhentos, apresentando uma maior incidência no município de Orocó (57,5 por 10.000 habitantes). O maior número de casos ocorreu na zona rural (48,9%), provavelmente pela maior exposição a esses animais e, consequentemente, aos acidentes. Na maioria dos casos, o ataque foi por escorpiões (47,3%), seguido de abelhas (31,0%), serpentes (9,5%), aranhas (7,3%), e lagartas (0,6%), além dos que foram classificados como “outros” (4,3%). A população acometida se concentra no sexo masculino (56,0%) com idade entre 20 e 49 anos, fase economicamente ativa da população. Do total, 11,4% foram relacionados ao trabalho, desses, 56,3% são trabalhadores da agropecuária. De acordo com a classificação da gravidade, 79,1% dos casos foram considerados leves, 15,3% moderado, 2,5% grave e, 3% ignorada/branco. O tempo decorrido entre a picada e o atendimento prevaleceu entre 0 a 1 hora com 34,7%. Ao avaliar a evolução final do acidente, 94,4% foram considerados curados e 0,1% óbito. Quanto a sazonalidade, observou-se a maior ocorrência no período de agosto a janeiro. Diante deste cenário, se faz necessária a realização de programas de educação em saúde sobre tipos de acidentes que ocorrem na região, visando prevenir novos acidentes por animais peçonhentos. |