PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NA VIII REGIÃO DE SAÚDE, PERNAMBUCO, BRASIL, 2015-2017
ELIZÂNGELA ARAÚJO COSTA 1, ACÁCIO WILLIAN FAUSTINO DE ANDRADE1, CLAUDIA CAVALCANTI GALINDO1, BRUNA NAYARA CARVALHO MATTOS1, ALINE SILVA JERÔNIMO1, MARIA DO LIVRAMENTO FIGUEIREDO DE FREITAS1, THAÍSE VIEIRA DE ANDRADE1, LUCIA MARILA ARAÚJO POSSIDIO1, JAILSON LUIZ DE ARAUJO1, HALLMEBERG LUCENA SILVA1, JOÃO ALVES NASCIMENTO JUNIOR1, DENNIS MARINHO OLIVEIRA RAMALHO DE SOUZA1
1. SES PE - VIII GERES - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, 2. UNIVASF - Universidade do Vale do São Francisco
elizaraujocosta@gmail.com

No Brasil, as serpentes, aranhas, escorpiões e lagartas são os animais peçonhentos com maior relevância para a saúde pública, devido ao potencial de gravidade dos acidentes causados. Segundo o Ministério da Saúde, as notificações desses acidentes vêm aumentando gradativamente ao longo dos anos. Com isso, são necessários estudos que abordem as análises epidemiológicas desse agravo para entender sua distribuição e dinâmica. Este estudo objetiva caracterizar o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos ocorridos na VIII Região de Saúde de Pernambuco no período de 2015 a 2017, buscando subsidiar o entendimento dos condicionantes que contribuem para esta ameaça à saúde da população da região, com foco na proposição de ações de prevenção. Foi realizada uma pesquisa transversal e descritiva, a partir dos dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram utilizadas as variáveis da ficha de notificação/investigação de acidentes por animais peçonhentos. A VIII Região de Saúde de Pernambuco é composta pelos municípios de Afrânio, Cabrobó, Dormentes, Lagoa Grande, Orocó, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista. No período estudado, foram registrados, 1.385 acidentes por animais peçonhentos, apresentando uma maior incidência no município de Orocó (57,5 por 10.000 habitantes). O maior número de casos ocorreu na zona rural (48,9%), provavelmente pela maior exposição a esses animais e, consequentemente, aos acidentes. Na maioria dos casos, o ataque foi por escorpiões (47,3%), seguido de abelhas (31,0%), serpentes (9,5%), aranhas (7,3%), e lagartas (0,6%), além dos que foram classificados como “outros” (4,3%). A população acometida se concentra no sexo masculino (56,0%) com idade entre 20 e 49 anos, fase economicamente ativa da população. Do total, 11,4% foram relacionados ao trabalho, desses, 56,3% são trabalhadores da agropecuária. De acordo com a classificação da gravidade, 79,1% dos casos foram considerados leves, 15,3% moderado, 2,5% grave e, 3% ignorada/branco. O tempo decorrido entre a picada e o atendimento prevaleceu entre 0 a 1 hora  com 34,7%. Ao avaliar a evolução final do acidente, 94,4% foram considerados curados e 0,1% óbito. Quanto a sazonalidade, observou-se a maior ocorrência no período de agosto a janeiro. Diante deste cenário, se faz necessária a realização de programas de educação em saúde sobre tipos de acidentes que ocorrem na região, visando prevenir novos acidentes por animais peçonhentos.



Palavras-chaves:  Animais Venenosos, Epidemiologia, Perfil de Saúde