ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DA PACIENTE COM LEISHMANIOSE VISCERAL NO DISTRITO DE CARNE DE VACA DO MUNICÍPIO DE GOIANA – PE.
RAFAEL FERREIRA DE FRANÇA 1, MAURIANNY PALMEIRA DA COSTA1, ANGÉLICA MARQUES DOS ANJOS1, GRACIKELLY VASCONCELOS 1, JOSÉ LANCART DE LIMA JOSÉ LANCART DE LIMA1, DANIELE UCHÔA BARROS1
1. SES-PE - XII REGIONAL DE SAÚDE - SES-PE
rafa_sus@yahoo.com.br

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma infecção sistêmica causada por um protozoário do gênero Leishmania. No Brasil, o principal vetor é o Lutzomya longipalpis, sendo o cão doméstico o principal reservatório e o homem o hospedeiro final. A leishmaniose visceral é uma doença que acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea, sendo de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano. O presente estudo foi realizado no município de Goiana – PE, com o objetivo de identificar as fragilidades da rede de atenção a um paciente com LV. A metodologia empregada foi baseada em um estudo descritivo, com coleta de informações obtidas por meio de visita técnica aos profissionais das equipes de saúde, visita domiciliar, revisão de prontuário, avaliação de exames realizados e revisão de literatura. Analisando o caso foi possível identificar que uma das principais fragilidades da rede de saúde foi a enorme demora em realizar o diagnóstico correto. Da data do início dos primeiros sintomas, até o diagnóstico definitivo, se passaram 60 dias. Com 06 entradas em servições de atenção primária e 05 atendimentos em média complexidade. A demora no diagnóstico gerou um comprometimento na efetividade do tratamento da doença. Na unidade de saúde da família que acompanhava o caso não existia teste rápido para diagnóstico de LV implantado, não havia fichas de notificação e materiais educativos. Os profissionais de saúde da unidade também expressaram a dificuldade em lidar com uma doença, até então pouco conhecida no território, de modo que até a identificação do caso mencionado, não se cogitava a possibilidade de se tratar de um caso de LV, mesmo diante de sintomas extremamente sugestivos. Identificou-se que apesar de reconhecer o perfil endêmico da localidade, a equipe de saúde da família não estava treinada para identificação dos casos. A rede de urgência e emergência, também apresentou fragilidades para um correto diagnóstico e manejo clínico do caso. Conclui-se que, com o conhecimento do perfil endêmico da leishmaniose visceral no território, se faz necessário realizar investimentos na busca da melhoria operacional em relação a métodos diagnósticos, manejo clínico e notificação de novos casos, com prioridade na integração entre vigilância em saúde e atenção primária, sem deixar de lado a priorização no enfrentamento da endemia por parte da gestão local de saúde.



Palavras-chaves:  Leishmaniose, avaliação, rede