TUBERCULOSE EM POPULAÇÃO DE RUA: A ESTRATÉGIA DOS CONSULTÓRIOS DE RUA EM SÃO PAULO – BRASIL
ANA PAULA ROVERONI¹, DÉBORA CHERCHIGLIA DE MORAES ARAUJO¹, DRIELI REZENDE GOBBI¹, MIRELA ALVAREZ DE OLIVEIRA¹, SIMONE TEREZINHA PROTTI ZANATTA¹, TATIANA FERRAZ DE ARAÚJO ALECRIM¹, LAÍS XAVIER DE LUCENTI¹
1. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos, 2. GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos
aproveroni@hotmail.com

A população em situação de rua tem 48 a 67 vezes mais chance de adoecer por tuberculose (TB) quando comparada à população em geral. Em 2011, o Ministério da Saúde implementou Equipes de Consultório na Rua, o qual, amplia o acesso aos serviços de saúde, as equipes ofertam atenção integral a saúde in locu e de forma itinerante, tais como, o diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos doentes de TB. O objetivo deste estudo foi identificar estratégias, recursos profissionais, materiais e de serviços de saúde utilizados pelas equipes de consultório na rua, para desenvolver ações para o tratamento de tuberculose. Trata-se de uma investigação qualitativa, com fundamentação teórico-metodológica da Análise de Discurso de matriz francesa. Foram realizadas entrevistas com enfermeiros, gerentes e coordenadores, profissionais que compõe equipes de Consultório na Rua da região central do município de São Paulo. As transcrições foram organizadas com recurso do software ATLAS.ti 7, o qual facilitou a organização dos dados empíricos. Foram identificadas 18 equipes de consultórios na rua, entrevistados 01 gerente, 02 coordenadores e 17 enfermeiros. Os insumos disponíveis para o incentivo ao tratamento não são efetivos, pois a pessoa em situação de rua não possui local para preparar sua alimentação pro­veniente da cesta básica e não utiliza o vale-transporte, pois percorre grandes distâncias a pé. O lanche diário, incentivo que contribuía para permanência do doente no tratamento não é mais disponibilizado. Somente é disponibilizado cesta básica e vale transporte para esta população. O vínculo doente de TB, profissional e serviço de saúde mostrou-se diretamente relacionado à continuidade do cuidado e sucesso do tratamento. O modelo de cuidado realizado pelas equipes de consultório na rua ampliou o acesso da população em situação de rua ao serviço de saúde para detecção precoce, tratamento e acompanhamento da TB, demonstrando importante aliado na redução do número de casos de TB mesmo em populações que se apresentam em condições de saúde e sociais vulneráveis.