DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA TUBERCULOSE EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR PAULISTA, 2008-2013
ANA PAULA ROVERONI1, DÉBORA CHERCHIGLIA DE MORAES ARAUJO1, MIRELA ALVAREZ DE OLIVEIRA1, SIMONE TEREZINHA PROTTI ZANATTA1, LAÍS XAVIER DE LUCENTI1, TATIANA FERRAZ DE ARAÚJO ALECRIM1, RICARDO ALEXANDRE ARCÊNCIO1, ALCIONE PEREIRA BIFFI FUSCO1, MELLINA YAMAMURA1, AMANDA ALESSANDRA DOS REIS1, PEDRO FREDEMIR PALHA1
1. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos, 2. ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO, USP - Universidade de São Paulo, 3. GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos
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A Tuberculose (TB), está presente na humanidade há aproximadamente 8.000 anos sendo considerada como uma doença grave, porém curável. Estudos realizados na Índia e no Brasil sobre a distribuição espacial da doença apontam que a TB, além das características clínicas do indivíduo, também apresenta associação com diferentes fatores socioeconômicos, como renda, escolaridade, qualidade do domicílio, que devem ser considerados na definição de estratégias para vigilância e controle da tuberculose. Desta forma, o conhecimento do espaço é de relevante importância na análise das relações de saúde com o ambiente, fornecendo subsídios à gestão e aos serviços para as ações de controle, podendo provocar mudanças significativas no quadro de morbimortalidade de uma sociedade. Diante do exposto, propôs-se com o estudo caracterizar o perfil clínico epidemiológico da TB e analisar distribuição espacial dos casos em um município paulista. Trata-se de um estudo descritivo e ecológico dos casos de tuberculose registrados em um sistema de informação. As variáveis selecionadas para o estudo foram: perfil sociodemográfico (idade, sexo e escolaridade) e perfil clínico-epidemiológico (intervalo em dias entre data do início dos sintomas e data de diagnóstico da doença, tipo de entrada, forma clínica da doença, coinfecção HIV, exame de escarro positivo, realização do teste Derivado Protéico Purificado (PPD), situação do encerramento, forma de tratamento, tipo de descoberta e unidade de tratamento diretamente observado. Recorreu-se a estatística descritiva com cálculos de medidas de tendência central para variáveis contínuas e frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas. Aplicou-se ainda a técnica de Kernel para o cálculo das densidades de ocorrência dos casos da TB, utilizando um raio de 1000 metros. Fixou-se o erro tipo I em 5%. Identificou-se 299 casos de TB, sendo geocodificados 290 (96,98%). A maioria destes foi do sexo masculino (n=212; 70,91%), idade mediana 40 anos, sendo a forma clínica pulmonar predominante (n=244; 81,60%). A distribuição ocorreu de forma não aleatória, observando-se áreas importantes do município com maior densidade de casos da doença. O estudo evidenciou perfil epidemiológico dos casos de tuberculose semelhante ao da literatura, no entanto, a distribuição dos mesmos não ocorre de forma aleatória, apontando grupos específicos da população que necessitam de maior gestão e planejamento dos serviços de saúde para o controle da tuberculose.



Palavras-chaves:  Distribuição Espacial da População, Sistemas de Informação em Saúde, Tuberculose