PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HANSENÍASE EM UM MUNICÍPIO PAULISTA, 2006 -2016
ANA PAULA ROVERONI 1, MIRELA ALVAREZ DE OLIVEIRA1, LAÍS XAVIER DE LUCENTI1, SIMONE TEREZINHA PROTTI ZANATTA1, DÉBORA CHERCHIGLIA DE MORAES ARAUJO1, DRIELI REZENDE GOBBI1, TATIANA FERRAZ DE ARAÚJO ALECRIM1
1. UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos
aproveroni@hotmail.com

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de caráter crônico que pode acarretar incapacidade física e funcional. É um problema de saúde pública em algumas regiões do Brasil, embora, nos últimos anos, venha apresentando queda em seu coeficiente de prevalência. O estudo teve como objetivo caracterizar o perfil clínico epidemiológico da hanseníase dos casos no município de Araras/SP. Trata-se de um estudo descritivo e ecológico dos casos de hanseníase registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, entre os anos de 2006 a 2016. Recorreu-se a estatística descritiva com cálculos de medidas de tendência central para variáveis contínuas e frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas. As variáveis foram: data de nascimento, sexo, raça, escolaridade, ocupação, município de residência, zona, data do início e término do tratamento, número de lesões cutâneas, forma clínica, classificação operacional, número de nervos afetados, avaliação do grau de incapacidade física no diagnóstico e na cura, modo de entrada, modo de detecção do caso novo, baciloscopia, número de contatos e situação do encerramento. Identificou-se 86 casos de hanseníase, com predomínio no sexo masculino (n=62; 52,33%) e observa-se o diagnóstico na faixa etária igual ou superior a 51 anos (n=47; 54,6%). Em relação à escolaridade, 63 (73,2%) dos sujeitos possuía ensino Fundamental Completo ou Incompleto. Frente a classificação operacional, constatou o predomínio dos casos multibacilares (n=59; 68,6%), seguida do paucibacilar (n=27; 31,4%). Considerando as formas clínicas, houve predominância da forma dimorfa (n=41; 47,7%), seguida pela tuberculóide (n=19; 22%), virchowiana (n=18; 21%) e indeterminada (n=8; 9,3%). Diante o modo de entrada, casos novos, correspondeu a 78% dos casos. Frente ao modo de detecção do caso novo, 67,4% dos casos foram feitas por encaminhamento e 17,4% por demanda espontânea. Quanto a situação do encerramento, prevaleceu à cura, representando 86% dos casos, seguida do óbito com 6,9%. Conclui-se a necessidade da reorganização dos serviços de saúde, a partir da descentralização da atenção ao cuidado aos pacientes com hanseníase para as unidades de saúde da família, possibilitando assim, a contribuição para ações de prevenção, alta cobertura do exame de contatos, diagnóstico e tratamento precoce, além de baixa proporção de abandono do tratamento.

Palavras-Chave: Hanseníase; Saúde Pública; Sistemas de Informação em Saúde.



Palavras-chaves:  Hanseníase, Saúde Pública, Sistemas de Informação em Saúde