PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HANSENÍASE EM UM MUNICÍPIO PAULISTA, 2006 -2016 |
A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de caráter crônico que pode acarretar incapacidade física e funcional. É um problema de saúde pública em algumas regiões do Brasil, embora, nos últimos anos, venha apresentando queda em seu coeficiente de prevalência. O estudo teve como objetivo caracterizar o perfil clínico epidemiológico da hanseníase dos casos no município de Araras/SP. Trata-se de um estudo descritivo e ecológico dos casos de hanseníase registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, entre os anos de 2006 a 2016. Recorreu-se a estatística descritiva com cálculos de medidas de tendência central para variáveis contínuas e frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas. As variáveis foram: data de nascimento, sexo, raça, escolaridade, ocupação, município de residência, zona, data do início e término do tratamento, número de lesões cutâneas, forma clínica, classificação operacional, número de nervos afetados, avaliação do grau de incapacidade física no diagnóstico e na cura, modo de entrada, modo de detecção do caso novo, baciloscopia, número de contatos e situação do encerramento. Identificou-se 86 casos de hanseníase, com predomínio no sexo masculino (n=62; 52,33%) e observa-se o diagnóstico na faixa etária igual ou superior a 51 anos (n=47; 54,6%). Em relação à escolaridade, 63 (73,2%) dos sujeitos possuía ensino Fundamental Completo ou Incompleto. Frente a classificação operacional, constatou o predomínio dos casos multibacilares (n=59; 68,6%), seguida do paucibacilar (n=27; 31,4%). Considerando as formas clínicas, houve predominância da forma dimorfa (n=41; 47,7%), seguida pela tuberculóide (n=19; 22%), virchowiana (n=18; 21%) e indeterminada (n=8; 9,3%). Diante o modo de entrada, casos novos, correspondeu a 78% dos casos. Frente ao modo de detecção do caso novo, 67,4% dos casos foram feitas por encaminhamento e 17,4% por demanda espontânea. Quanto a situação do encerramento, prevaleceu à cura, representando 86% dos casos, seguida do óbito com 6,9%. Conclui-se a necessidade da reorganização dos serviços de saúde, a partir da descentralização da atenção ao cuidado aos pacientes com hanseníase para as unidades de saúde da família, possibilitando assim, a contribuição para ações de prevenção, alta cobertura do exame de contatos, diagnóstico e tratamento precoce, além de baixa proporção de abandono do tratamento. Palavras-Chave: Hanseníase; Saúde Pública; Sistemas de Informação em Saúde. |