FAUNA TRIATOMÍNICA NOS MUNICÍPIOS INTEGRANTES DA REGIÃO DO MACIÇO DE BATURITÉ – CE, 2003 A 2014
VICTOR EMANUEL PESSOA MARTINS 1, MARIA ADRIANA COSTA BANDEIRA1, CLÁUDIA MENDONÇA BEZERRA1
1. UNILAB - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, 2. NUVET / SESA-CE - Núcleo de Controle de Vetores / Secretaria de Saúde do Estado do Ceará
victorpessoabiologo@yahoo.com.br

Insetos da subfamília Triatominae, com destaque para os gêneros Triatoma , Panstrongylus e Rhodnius, atuam como importantes vetores da Doença de Chagas no Brasil. A região do Maciço de Baturité é de grande importância epidemiológica para a Doença de Chagas no Estado do Ceará, em virtude da presença de uma fauna diversa de triatomíneos, bem como da circulação do Trypanosoma cruzi . Neste sentido, buscou-se c aracterizar a fauna triatomínica dos municípios integrantes do Maciço de Baturité (Acarape, Aratuba, Aracoiaba, Barreira, Baturité, Capistrano, Guaramiranga, Itapiúna, Mulungu, Ocara, Pacoti, Palmácia e Redenção), no período de 2003 a 2014, visando a prover subsídios para o melhor entendimento dos riscos associados à transmissão vetorial da Doença de Chagas na região. Para isso, dados acerca da captura e do exame de triatomíneos foram obtidos junto à Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Foram capturados 914 espécimes de triatomíneos, dos quais 834 (91,2%) foram examinados quanto à presença de T. cruzi , estando 43 (5,1%) infectados. Os municípios de Redenção, Ocara e Aratuba destacaram-se pelo quantitativo de triatomíneos capturados (500, 143 e 99, respectivamente), enquanto os municípios de Itapiúna, Mulungu, Pacoti e Palmácia não registraram a presença desses insetos. Triatoma brasiliensis, T. pseudomaculata, Panstrongylus megistus, P. lutzi, P. geniculatus e Rhodnius nasutus foram as espécies capturadas, com destaque para T. brasiliensis (n=439) , P. lutzi (n=303) e T. pseudomaculata (n=131). T. brasiliensis e P. lutzi tiveram um maior número de espécimes com exame positivo para T. cruzi (25/425 e 16/262, respectivamente), apesar da maior proporção de R. nasutus positivos (16,7%). De todas as espécies de triatomíneos examinadas, P. megistus e T. pseudomaculata foram as únicas que não apresentaram nenhum espécime infectado com T. cruzi . À exceção de R. nasutus , as demais foram encontradas habitando tanto o peridomicílio quanto o intradomicílio, com destaque para este último, frequentado por 61,9% dos espécimes capturados. Apesar de o Maciço de Baturité ser uma região dotada de uma fauna heterogênea de triatomíneos, são escassos os estudos sobre a sua ecologia, distribuição e diversidade na região. O diagnóstico da infecção por T. cruzi nesses insetos é de fundamental importância para identificar os riscos à população de mamíferos com a qual tiveram contato, em especial à humana. 



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Maciço de Baturité, Triatominae