ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL AO PACIENTE COM RAIVA HUMANA
MARIA CRISTINA MARTINS DE OLIVEIRA 1, FRANCISCO RAILSON BISPO DE BARROS1, VIVIANE LAGO DE OLIVEIRA SILVA1, KAROLINE CAVALCANTE DE CARVALHO1, FERNANDO DA SILVA MELLO1, CLEDSON DE OLIVEIRA LOPES FILHO1, JOSEIR SATURNINO CRISTINO1
1. FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado
maria.cristina.oliveira@hotmail.com

Introdução: A Equipe Multiprofissional é a junção de esforços e interesse de um grupo de profissionais que reconhecem a interdependência com os outros componentes e se identificam com um trabalho de caráter cooperativo e não competitivo. Neste sentido, é de fundamental relevância a aplicação de uma assistência sincronizada e coordenada a um paciente com diagnóstico de Raiva Humana. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por residentes multiprofissionais no desenvolvimento e implementação de um plano terapêutico a um paciente diagnosticado com Raiva Humana. Descrição da Experiência: M. S. S., 14 anos, procedente de Barcelos-AM, admitido no Pronto-Atendimento da FMT-HVD queixando-se de lombalgia, parestesia de MMII e cefaléia intensa, detectada lesão em MIE por mordedura de quiróptero sendo transferido para UTI e iniciado protocolo de diagnóstico para Raiva Humana. No 2º DIH teve piora clínica, com hipertermia intermitente, bradicardia e rebaixamento de nível de consciência seguida de crise tônico-clônica sendo realizada intubação traqueal e iniciado Protocolo de Milwaukee. No 7º DIH evoluiu com sinais de hipertensão intracraniana por edema cerebral significativo, instalada DVE de urgência a beira leito com monitorização da PIC, administrado manitol, dexametasona e solução salina hipertônica, porém, sem melhora clínica, onde ao longo da internação se manteve apresentando aumento da PIC variando entre 22 e 70 mmHg, sendo instalado tiopental e ketamina para a indução de coma profundo e fentanil para analgesia. No 19º DIH foi realizada nova TC que demonstrou piora do edema cerebral, avaliado pelo Neurologista que indicou craniotomia para descompressão, onde foi transferido para outra instituição, permanecendo na UTI. Ao longo da internação foi retirado a DVE, realizado traqueostomia, seguido de desmame de ventilação mecânica. Retornou a FMT-HVD sendo internado na enfermaria pediátrica, tornando-se o segundo brasileiro, e quinto a nível mundial, a sobreviver ao vírus da Raiva. Conclusão: Vivenciar a construção de um plano terapêutico para um paciente com Raiva Humana possibilitou compreender a importância da interação da equipe multiprofissional para a aquisição de conhecimento científico e consequente melhoria assistencial.



Palavras-chaves:  Raiva Humana, Assistência Multiprofissional, Unidade de Terapia Intensiva