MONITORAMENTO DE ESPÉCIES VETORAS DA DOENÇA DE CHAGAS EM UMA REGIÃO DO SEMIÁRIDO PIAUIENSE |
Atualmente a transmissão da Doença de Chagas (DC) pela forma oral é a mais frequente no Brasil. Entretanto, o risco de transmissão vetorial da DC persiste em função da existência de espécies de triatomíneos autóctones com elevado potencial de colonização. O objetivo deste trabalho foi identificar as espécies de triatomíneos presentes no intra e peridomicílios do Território do Vale do Guaribas-PI que abrange uma área de 22.822,40 Km² composto por 39 municípios e determinar a taxa de infecção pelo protozoário. As formas adultas e imaturas foram capturados no ambiente intra e peridomiciliar, durante o período de julho/2017 a junho/2018 quando os espécimes encontrados ocasionalmente por moradores foram entregues para análise e/ou através de visitas para coletas nas localidades onde foram descritas a presença do vetor. Para identificação e classificação morfológica, os triatomíneos capturados foram submetidos à identificação específica, quanto ao sexo e espécie precedida , conforme descrito por Rocha et al, 2014. Foram coletadas 155 amostras sendo 92 formas adultas e 63 ninfas. As espécies encontradas foram Triatoma brasiliensis (79), T. juazeirensis (01), T. melanocephala (01), T. pseudomaculata (03), Panstrongylus lutzi (03) , Rhodnius domesticus (03) , R. nasutus (01), R. robustus (01 ) distribuídas em 10 municípios (Bocaína, Inhuma, Ipiranga, Itainopolis, Paulistana, Picos, São João da Cana Brava, São José do Piauí, São Luís do Piauí e Sussuapara). As espécies T. Juazeirensis, T. Melanocephala, R. domesticus não são características da região. O município de Bocaina apresentou uma maior variedade espécies diferentes (06 espécies) e o município de Itainópolis apresentou os maiores números de vetores coletados (50 indivíduos). A taxa de infecção dos insetos-vetores foi 0%, provavelmente, a presença de pombos e a criação de galinhas no peridomicílio, além de servir como fonte alimentar dos insetos, são refratários ao protozoário. Estes resultados demonstram a migração dos vetores infecciosos muito provavelmente transportados de uma região para outra, através da malha rodoviária já que Picos é cortado pela Rodovia transamazônica que interliga várias regiões brasileiras. Sugere ainda a necessidade de uma avaliação aprofundada da distribuição/controle das espécies vetores da DC no estado do Piauí e dos aspectos epidemiológicos que possam auxiliar na identificação da melhor estratégia de controle da DC no estado do Piauí. |