Avaliação Normativa Das Ações Dos Coordenadores Do Programa De Controle Da Esquistossomose Em Municípios De Pernambuco. |
Pernambuco possui elevados percentuais médios de pessoas infectadas pelo Schistosoma mansoni. A esquistossomose é uma doença multicausal, endêmica em municípios da Zona da Mata e Região metropolitana persistindo como um problema de saúde pública. O Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) e o SANAR objetivam reduzir e/ou eliminar a esquistossomose estabelecendo uma abordagem transdisciplinar e intersetorial. A figura do coordenador das ações de controle da esquistossomose como o eixo condutor institucional deve possuir habilidades de coordenar as rotinas, planejar estrategicamente e gerir recurso, transformando essa realidade para sua completa implementação. Realizou-se entre 2010 e 2012 uma avaliação das ações de controle da esquistossomose no tocante à atuação do coordenador do PCE, em municípios do estado de Pernambuco sob o ponto de vista da tríade Donabeniana com ênfase no “processo” de trabalho. Construiu-se e validou-se um modelo lógico a partir do aparato normativo e um questionário semiestruturado que foi aplicado a 18 coordenadores de uma amostra aleatória de 23 municípios da zona endêmica para esquistossomose. As ações foram julgadas a partir da criação do indicador Grau de Implantação (GI) do “processo” que foi de 36,54 pontos revelando sua incipiência. Verificou-se falha no controle do molusco vetor, nas notificações e investigações de casos graves e óbitos, e ainda nas ações integradas e intersetoriais demonstrando persistência de um modelo curativo com privilégio de ações diagnósticas e tratamento em detrimento das ações de vigilância. Verificou-se dificuldades por parte dos coordenadores sobre o que é recomendado para o controle da esquistossomose, assim como a integralidade das ações de vigilância. Ainda há uma tendência dos atores em manter as características dos modelos de atenção à saúde centralizados, verticalizados e desintegrados do contexto da população. |