ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO EM PROFISSIONAIS DE LIMPEZA ENTRE OS ANOS DE 2007 A 2017
FABRICYA CAVALCANTE DOS SANTOS1,2, MARIA APARECIDA FARIAS 1,2, TATHIANE ANDRÉA BEZERRA DE SÁ1,2, ADRIANA GUERRA CAMPOS1,2, ALINE FERNANDA TÔRRES DE LIMA1,2, JULIANA COSTA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE1,2
1. GEAST/SES - Gerência de Atenção à Saúde do Trabalhador Estadual de Pernambuco, 2. DGPMAVS/SES - Diretoria Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde
cidafarias73@hotmail.com

As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados apresentam um grande risco aos profissionais em seus ambientes de trabalho, ocorrendo muitas vezes devido ao descarte inadequado de materiais. Os acidentes com agulhas e material perfurocortante transmitem múltiplos patógenos, tais como o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o da hepatite B e o da hepatite C. Descrever o perfil dos acidentes com material biológico em profissionais de limpeza, ocorridos em Pernambuco entre os anos de 2007 e 2017. Estudo descritivo de corte transversal. Foram considerados os casos de acidentes ocupacionais com exposição a material biológico notificados de 2007 a 2017 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). No período considerado foram notificados 14.755 casos de acidente por material biológico. A situação de mercado de trabalho predominante é empregado registrado com 72,6% (n= 892). Apesar disso, a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) não ocorreu em 55,6% (n= 683) e 32%(n= 393) preencheram ignorado/branco. Em relação à circunstância do acidente a maioria ocorreu por descarte inadequado do lixo com 52,2% (n= 642), acompanhado por descarte inadequado no chão com 16,2% (n= 199). Sobre a situação vacinal do acidentado em relação à hepatite B, 50,8% (n= 624) não possuíam esquema vacinal, e 33,5% (n= 400) preencheram ignorado/branco. No campo evolução do caso 82,9% (n= 1.019) foram preenchidos com ignorado/branco. É preocupante a ocorrência de acidentes com material biológico nos profissionais da limpeza. A falta de conhecimento dos trabalhadores e trabalhadoras e de orientação por parte dos empregadores são fatores que contribuem para aumentar a vulnerabilidade à exposição a riscos biológicos. Além disso, é relevante a quantidade de casos que não possuíam esquema vacinal, sendo importante priorizar estes trabalhadores nas ações preventivas. Há uma necessidade de melhoria na qualidade das informações, pois os subregistros e incompletudes no SINAN impedem uma caracterização mais fidedigna desses trabalhadores. Devem ser implantadas medidas preventivas que considerem as particularidades das atividades executadas por esta categoria profissional.



Palavras-chaves:  Acidentes Ocupacionais, Material Biológico, Saúde dos Trabalhadores