TRANSTORNO MENTAL RELACIONADO AO TRABALHO EM MULHERES EM PERNAMBUCO NO ANO DE 2017 |
Introdução: Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados ao Trabalho (TMCRT) são aqueles resultantes de situações do processo de trabalho, provenientes de fatores pontuais, como exposição a determinados agentes tóxicos, até a completa articulação de fatores relativos à organização do trabalho, sendo grande a ocorrência no sexo feminino. Objetivo: Descrever os casos de TMCRT em mulheres, notificados no estado de Pernambuco no ano de 2017. Desenho de estudo: Estudo descritivo de corte transversal. Metodologia: Casos de TMCRT em mulheres notificados em Pernambuco no ano de 2017, obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a partir das variáveis: sexo, faixa etária, situação no mercado de trabalho, diagnóstico específico e evolução do caso. Resultados: Foram notificados um total de 91 casos em 2017, sendo 63,7% em mulheres. Os casos se concentraram em mulheres na faixa etária de 20 a 49 anos 89,7% (n=52), e empregadas de carteira assinada 63,8% (n=37). Quanto à categoria profissional, as mais acometidas foram as trabalhadoras de serviços bancários 29,3% (n=17), as profissionais de saúde 24,1% (n=14) e as trabalhadoras de telemarketing 13,8% (n=8). Os transtornos mais notificados foram os episódios depressivos 43,1% (n=25) e estresse pós traumático 12,1% (n=7). A maior parte dos casos resultou em afastamento do local de trabalho, 53,4% (n=31). Discussão: A predominância de casos em trabalhadoras dos serviços bancários, profissionais de saúde e telemarketing, refletem grande ocorrência nos setores em que a reestruturação dos processos de trabalho e as mudanças nos modelos de gestão foram implementadas de modo mais abrangente, intensificando assim o trabalho e estimulando à competitividade entre colegas. O alto percentual de casos que resultaram em afastamento do local de trabalho também evidencia os prejuízos sociais e econômicos. A grande quantidade de mulheres acometidas também pode estar relacionada a sobrecarga da dupla ou tripla jornada (trabalho doméstico e os cuidados com a família) além da questão de assédio moral e sexual, comum na faixa etária onde ocorreram os casos. Conclusão: Recomenda-se a qualificação dos profissionais da rede de cuidado para identificação e tratamento precoce deste agravo, bem como a adoção de medidas preventivas nas principais categorias profissionais acometidas, permitindo reduzir a ocorrência dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. |