PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS DE ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE EM PERNAMBUCO DE 2007 A 2017 |
Os acidentes de trabalho grave (ATG) constituem-se um importante problema de saúde pública devido a seu impacto na morbimortalidade da população. Para o Sistema Único de Saúde (SUS), configura-se como ATG os ocorridos no exercício da atividade laboral, independentemente da situação empregatícia e previdenciária do trabalhador, que acarreta dano à saúde, potencial ou imediato. São de notificação imediata os acidentes fatais, com mutilações e os ocorridos em menores de 18 anos. O objetivo do estudo foi descrever o perfil epidemiológico dos casos de ATG notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e em formulário específico da plataforma do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs/PE) ocorridos em Pernambuco. Trata-se de um estudo descritivo transversal. As análises foram feitas a partir de dados secundários do SINAN (2007 a 2017) e do Cievs/PE (2015 a 2017). Foram notificados 8.482 casos no SINAN e 559 casos no Cievs/PE. Com relação a variável tipo do acidente que estavam preenchidas, 76,2% foram acidentes típico e 23,8% de trajeto (n= 7.464). Dentre as principais ocupações preenchidas (n=.4.053), destacam-se 18,7% dos acidentes em trabalhadores da agricultura e pecuária e 11,8% em trabalhadores da construção civil. Os trabalhadores sofreram fraturas nos membros superiores em 26,2% dos casos, traumatismos em regiões múltiplas do corpo em 5,4% e em 5,0% amputações ao nível do punho e da mão. Estas lesões levaram a incapacidade temporária em 60,5% das notificações, a incapacidade parcial em 6,5%, e ao óbito por acidentes de trabalho em 3,8% (n= 7.395). Com relação as variáveis analisadas, as ocupações que mais sofreram acidentes se relacionam as atividades produtivas predominantes no Estado, sendo exercidas muitas vezes por trabalhadores não registrados. Traumas em membros superiores e/ou mão costumam ter implicações diversas quando comparados a outras regiões do corpo, porque podem limitar o indivíduo no exercício de atividades básicas cotidianas, de forma permanente ou temporária, interferindo na sua qualidade de vida . Considerando o elevado impacto dos acidentes para o SUS e para a previdência social, se faz necessário um reforço nas ações de vigilância em saúde para notificação imediata dos casos e elaboração de políticas públicas voltadas para prevenção e assistência no campo da saúde do trabalhador. |