ACIDENTES DE TRABALHO FATAL: A UTILIZAÇÃO DO SIM E SINAN COMO ESTRATÉGIA PARA ENFRENTAR A SUBNOTIFICAÇÃO DOS CASOS
PAULO VICTOR RODRIGUES DE AZEVEDO LIRA1, PAULA BRAGA FERREIRA SILVA1, ADRIANA GUERRA CAMPOS1, ALYNE FERNANDA TÔRRES DE LIMA1, JULIANA MARTINS BARBOSA DA SILVA COSTA1
1. SES-PE - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
paulabraga.ufpe@gmail.com

O trabalho é considerado um importante determinante na saúde dos indivíduos, podendo desencadear doenças a longo prazo, ou acidentes muitas vezes fatais. Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são registradas anualmente 2,34 milhões de mortes no mundo, sendo 321 mil causadas por acidentes de trabalho e mais de 2 milhões provocadas por doenças relacionadas ao trabalho. O objetivo do presente estudo foi descrever os casos de acidentes de trabalho fatais do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), residentes de Pernambuco em 2016. Trata-se de um estudo descritivo transversal.  Foram analisados dados secundários do SINAN e do SIM referentes aos óbitos por acidentes de trabalho, conforme o preenchimento  da variável 66 (Evolução do Caso - Óbito por Acidente de Trabalho Grave) da Ficha de Notificação de Acidente de Trabalho Grave e da variável 49 (Acidente do Trabalho) da Declaração de Óbito. Foi realizado o cruzamento dos dois bancos de dados a partir das variáveis: nome do paciente, nome da mãe e data de nascimento.  Foram notificados 40 óbitos por acidente de trabalho no SINAN e 62 no SIM, destes 21 estão presentes em ambos os sistemas. As ocupações com maior índice de acidentes no SINAN (N=40) foram pedreiro (10,0%) e servente de obras (8,0%), sendo as lesões por traumatismo intracraniano e traumatismos múltiplos as mais frequentes (20,0%). No SIM, em 20,9% dos óbitos por acidente de trabalho não foi informado as ocupações dos trabalhadores (n=13), inviabilizando a análise desta variável. Em relação as causas básicas do óbito destacam-se os acidentes de transporte terrestre (28,6%) e por exposição à corrente elétrica (20,4%).  Com relação às variáveis analisadas, as ocupações que mais sofreram acidentes se relacionam as atividades produtivas predominantes no Estado. A diferença no número de casos encontrados nos sistemas analisados e no preenchimento das variáveis podem ser reflexo da subnotificação, e/ou subregistro das informações.   Considerando o elevado impacto dos acidentes para o SUS e para a previdência social, se faz necessário um reforço nas ações de vigilância para diminuir a subnotificação e subregistro dos casos, e estabelecer o real perfil de mortalidade por acidentes de trabalho fatais, fomentando as ações intersetoriais voltados para prevenção.



Palavras-chaves:  Acidente de Trabalho Grave, Saúde do Trabalhador, Vigilância em Saúde