CASOS DE DOENÇA DE CHAGAS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO
HILDA MARIA BENEVIDES DA SILVA DE ARRUDA 1
1. UNB - Universidade de Brasília
hbenevides.arruda@gmail.com

HMBSA(apresentação), MAR, DFV, MRFO, EFN.

 A doença de chagas antes considerada uma endemia rural no Brasil vem ganhando importância nas áreas urbanas devido à migração regional e ao controle da transmissão por vetores. O estudo teve o objetivo de avaliar as características sociodemográficas e clínicas dos indivíduos portadores de doença de chagas atendidos no Hospital Universitário de Brasília (HUB)  no período de 2016-2017. Foram incluídos todo os pacientes atendidos no serviço no período de um ano com diagnóstico confirmado da doença de chagas, que foram avaliados em consulta clínica e incluídos após a assinatura do Termo Consentimento Livre e Esclarecido.Foram incluídos 171 indivíduos, 112 (65%) mulheres. A mediana das idades foi 45 anos; quanto à escolaridade 26,3% tinham o ensino fundamental completo; quanto à raça/cor, 60% dos pacientes autodeclararam-se pardos. A maioria encontrava-se na classe econômica C (63,7%) e 55% declararam estar trabalhando. A maioria (51,5%) tinha local de nascimento no Estado da Bahia, 63,2% dos pacientes residiam no Distrito Federal e 93,6% referiam ter morado no passado em área rural e, 62% referiram ter lembrança de ter sido picada pelo triatomíneo. Quanto à classificação da forma clínica 64,3% (110 indivíduos) tinham a forma indeterminada da doença e 17,5% (30 indivíduos) forma cardíaca; 34,5% dos pacientes referiram o uso do Benznidazol dentre os quais 64% se encontravam na forma indeterminada. Em relação às comorbidades 21,6% tinham Hipertensão Arterial Sistêmica. A idade mais elevada dos pacientes pode indicar a transmissão vetorial, além do histórico de terem sido picados pelo “barbeiro”. A maioria dos indivíduos tinha o ensino fundamental completo, demonstrando maior grau de escolaridade, em comparação a casuísticas do passado. A maior frequência da forma indeterminada da doença deve-se, possivelmente, à clientela ser ambulatorial e encaminhada a partir da triagem no Hemocentro e ao fato de o HUB ser o centro de referência para doença de Chagas no Distrito Federal. A hipertensão arterial foi a doença associada mais frequente. No presente estudo documentou-se uma alteração do perfil dos pacientes com Doença de Chagas atendidos em um ambulatório de referência destacando-se: predomínio do sexo feminino, idade mais elevada e maior escolaridade, forma clínica indeterminada e uso de Benznidazol em 34,5%.



Palavras-chaves:  Benznidazol, Doença de Chagas, Epidemiologia, Forma Indeterminada, Hospital Universitário