SÍFILIS ADQUIRIDA EM PESSOAS VIVENDO COM HIV ̸ AIDS NO MATO GROSSO DO SUL
DANIELLE GALINDO MARTINS TEBET TEBET 1,2, CLARICE SOUZA PINTO1,2, ANAMARIA MELO MIRANDA PANIAGO1,2, SANDRA MARIA DO VALLE LEONE DE OLIVEIRA1,2
1. UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2. SES-MS - Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul
dani.rafatebet@gmail.com

Desde os primeiros casos de aids relatados em 1982, até junho de 2017, foram notificados no Brasil 882.810 casos de AIDS. A prevalência de sífilis é maior entre as PVHIV que nas pessoas HIV negativas. Com o objetivo de descrever os aspectos epidemiológicos dos casos de pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), notificadas com sífilis adquirida (SA) no Mato Grosso do Sul e de verificar a persistência das práticas sexuais de risco no grupo específico, sugeridas pela ocorrência de SA pós infecção pelo HIV, foi realizado um estudo descritivo, transversal, do tipo quantitativo com dados secundários de pacientes notificados para HIV/AIDS e sífilis adquirida nas bases de dados do Sistema de Notificação de Agravos (SINAN), entre janeiro de 2015 a dezembro de 2017. As informações foram importadas do banco de dados do SINAN no formato DBF para o editor de planilhas Microsoft Excel, para análise. Não foram considerados no estudo gestantes e menores de 13 anos. Foram analisadas 2.397 notificações de PVHA e destes 7,7% apresentavam ao menos um episódio de sífilis adquirida; a faixa etária entre 20 e 31 anos concentra a maior parte dos casos (44,0%), onde a maioria (86,4%) homens, autodeclarados de raça parda (41,8%), sendo importante considerar que 1,1% foram indígenas; quanto a escolaridade, ensino médio completo (17,4%) e residentes na área urbana (96,7%). Houve o predomínio de notificações em indivíduos procedentes da capital Campo Grande. A aquisição da SA na vigência de HIV/Aids em 7,7% dos casos analisados sugere que o sexo desprotegido e o não uso de práticas sexuais seguras continua expondo a população PVHA à coinfecções por IST e mantendo a cadeia de transmissão do HIV. Esta informação aponta para a fragilidade da incorporação do conceito de prevenção combinada na vigência do HIV/Aids e para possibilidade de incorporação de uma vigilância conjunta em PVHA.



Palavras-chaves:  coinfecção, HIV, sífilis