IMPLANTAÇÃO DA REDE DE ASSISTÊNCIA AOS PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS EM PERNAMBUCO, UMA PROPOSTA DE DESCENTRALIZAÇÃO
JOSÉ ALEXANDRE MENEZES DA SILVA1, GÊNOVA MARIA DE AZEVEDO OLIVEIRA 1, BÁRBARA MORGANA DA SILVA1, CAROLINA DE ARAÚJO MEDEIROS1, CRISTINA DE FÁTIMA VELLOSO CARRAZZONE1, CASSANDRA BARROS CORREIA DE MOURA1, ANA SOPHIA T. V. PINTO1, PAULO R. M. RAMOS1, MARIA DO LIVRAMENTO F. FREITAS1, REGINA M. RAMOS TORRES LAGES1, WILSON ALVES OLIVEIRA JÚNIOR1
1. UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA - Doutorando do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, 2. SES- PE - Programa SANAR - Secretaria Estadual de Pernambuco , 3. PROCAPE-UPE - Ambulatório de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca, 4. APDCIM - Associação dos Pacientes Portadores de Doença de Chagas de Pernambuco, 5. REFERÊNCIAS REGIONALIZADAS - Médicas e Médico das Referências Regionalizadas
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Introdução: Estima-se que as Doenças Negligenciadas (DN) causam cerca de 8 a 10 mil mortes, no Brasil/ano. Dentre as DN, a Doença de Chagas Crônica (DCC), com dados subestimados, apresenta alta morbimortalidade. Além de determinantes socioeconômicos, a falta de assistência adequada e humanizada contribui para manutenção deste ciclo de desigualdade e impacto negativo na saúde dos afetados pela DCC. Objetivo: Descrever o processo de implantação da Rede Chagas-PE, visando a Atenção Integral Regionalizada, a pessoa com DCC, em Pernambuco. Metodologia: A estratégia de descentralizar a assistência às pessoas com DCC teve início em 2012, numa ação integrada entre o Programa de Enfrentamento das Doenças Negligenciadas (SANAR/SES-PE) e o Serviço de Referência para a enfermidade no Estado. Inicialmente foi realizado o mapeamento das regiões e municípios de maior risco epidemiológico, seguido da descentralização do diagnóstico sorológico e entomológico, nos laboratórios regionais, da Rede LACEN. Na sequência, ocorreram treinamentos locais, com profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Vigilância em Saúde (VS), no Manejo Clínico do Paciente com DCC, Vigilância e Diagnóstico Laboratorial. Por fim, foram identificados Médicos Especialistas e Unidades Assistenciais de Média Complexidade para atuarem como referência regional. Resultados : No período de 2014-2017 houve descentralização do diagnóstico sorológico em 10, das 12 Regiões da Saúde do Estado. Foram treinados 952 profissionais (UBS e VS), no Manejo Clínico, Vigilância e Diagnóstico Laboratorial da DCC, de 113 municípios. Por fim, foram identificadas 06 unidades Regionais de Média Complexidade (Hospital e UPA-Especialidade), como referência para atenção integral, ficando criada a Rede Chagas-PE , por meio da Portaria 234, de junho de 2017. Discussão e Conclusão . Percebe-se que a regionalização, com a criação da Rede Chagas-PE, já produz resultados em curto prazo, apesar da ausência de um sistema de informação oficial para o registro de casos de DCC, não permitindo ainda quantificar os pacientes que já estão sendo acompanhados em suas regiões de domicílio. Espera-se que em médio e longo prazo a estratégia adotada possa minimizar a necessidade de Tratamento Fora Domicílio (TFD), melhorar adesão ao tratamento, redução da morbimortalidade, impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes, além de redução de custos adicionais ao próprio paciente e ao sistema público de saúde.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas Crônica, Descentralização da Assistência, Morbimortalidade