IMPLANTAÇÃO DA REDE DE ASSISTÊNCIA AOS PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS EM PERNAMBUCO, UMA PROPOSTA DE DESCENTRALIZAÇÃO |
Introdução: Estima-se que as Doenças Negligenciadas (DN) causam cerca de 8 a 10 mil mortes, no Brasil/ano. Dentre as DN, a Doença de Chagas Crônica (DCC), com dados subestimados, apresenta alta morbimortalidade. Além de determinantes socioeconômicos, a falta de assistência adequada e humanizada contribui para manutenção deste ciclo de desigualdade e impacto negativo na saúde dos afetados pela DCC. Objetivo: Descrever o processo de implantação da Rede Chagas-PE, visando a Atenção Integral Regionalizada, a pessoa com DCC, em Pernambuco. Metodologia: A estratégia de descentralizar a assistência às pessoas com DCC teve início em 2012, numa ação integrada entre o Programa de Enfrentamento das Doenças Negligenciadas (SANAR/SES-PE) e o Serviço de Referência para a enfermidade no Estado. Inicialmente foi realizado o mapeamento das regiões e municípios de maior risco epidemiológico, seguido da descentralização do diagnóstico sorológico e entomológico, nos laboratórios regionais, da Rede LACEN. Na sequência, ocorreram treinamentos locais, com profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Vigilância em Saúde (VS), no Manejo Clínico do Paciente com DCC, Vigilância e Diagnóstico Laboratorial. Por fim, foram identificados Médicos Especialistas e Unidades Assistenciais de Média Complexidade para atuarem como referência regional. Resultados : No período de 2014-2017 houve descentralização do diagnóstico sorológico em 10, das 12 Regiões da Saúde do Estado. Foram treinados 952 profissionais (UBS e VS), no Manejo Clínico, Vigilância e Diagnóstico Laboratorial da DCC, de 113 municípios. Por fim, foram identificadas 06 unidades Regionais de Média Complexidade (Hospital e UPA-Especialidade), como referência para atenção integral, ficando criada a Rede Chagas-PE , por meio da Portaria 234, de junho de 2017. Discussão e Conclusão . Percebe-se que a regionalização, com a criação da Rede Chagas-PE, já produz resultados em curto prazo, apesar da ausência de um sistema de informação oficial para o registro de casos de DCC, não permitindo ainda quantificar os pacientes que já estão sendo acompanhados em suas regiões de domicílio. Espera-se que em médio e longo prazo a estratégia adotada possa minimizar a necessidade de Tratamento Fora Domicílio (TFD), melhorar adesão ao tratamento, redução da morbimortalidade, impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes, além de redução de custos adicionais ao próprio paciente e ao sistema público de saúde. |