TRATAMENTO OPORTUNO PARA LEISHMANIOSE VISCERAL EM PERNAMBUCO E NOS MUNICÍPIOS PRIORITÁRIOS DO SANAR-PE, 2014 A 2017
CAMYLLA VELOSO VALENÇA SAUCHA1, KATIA SAMPAIO COUTINHO 1, ALINE BEATRIZ DOS SANTOS SILVA1, RAFAEL MOTA MENDONÇA1, MARCELLA DE BRITO ABATH1, ARIANNA ARAÚJO FALCÃO ANDRADE E SILVA1, FRANCISCO DUARTE FARIAS BEZERRA1
1. SES PE - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, 2. FCM - Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco
coutinhokatia@hotmail.com

A Leishmaniose Visceral (LV) apresenta-se historicamente endêmica no estado de Pernambuco (PE) e devido à incidência e letalidade elevadas, foi incluída em 2015 no escopo de atuação do Programa Sanar para melhorar a oportunidade do tratamento dos casos em 11 municípios prioritários. Foi considerado tratamento oportuno aquele realizado em até 25 dias após o início dos sintomas. Este estudo objetivou analisar o tratamento oportuno em PE e nos municípios prioritários no período de 2014 a 2017. Trata-se de um estudo descritivo transversal, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, de 2014 a 2017, analisados através do Excel 2013. As variáveis selecionadas foram: município de residência, data dos primeiros sintomas e do início do tratamento. No período estudado, a mediana de tratamento, em Pernambuco, variou de 17 dias, em 2014, a 25 dias, em 2016. Em 2014, dos 197 casos diagnosticados em PE, 55,7% foram tratados oportunamente; nos municípios prioritários, dos 99 casos, o tratamento oportuno ocorreu em 56,6% dos casos. Em 2015, PE apresentou 43,9% de tratamento oportuno e os municípios prioritários 51,4%. Em 2016, dos 119 casos de PE, 47,1% foram tratados oportunamente e nos municípios prioritários o tratamento oportuno foi de 50,9%. Em 2017, PE apresentou 42,7% de tratamento oportuno e os municípios prioritários 40,9%. No período de 2014 a 2017 a incompletitude do campo “data do início do tratamento” foi de 14,3%. Os resultados indicam que no período houve diminuição no percentual de tratamento oportuno, apesar da descentralização do teste rápido humano e dos assessoramentos técnicos realizados nas unidades de saúde para sensibilização e capacitação das equipes. Essas ações têm o objetivo de contribuir para o diagnóstico e tratamento oportuno, atenuando as complicações do paciente e, por conseguinte, a taxa de letalidade. É primordial que os profissionais incorporem às hipóteses diagnósticas a LV, considerando além dos critérios clínicos e laboratoriais, o perfil epidemiológico da localidade do paciente, diminuindo o itinerário terapêutico do paciente na rede, oportunizando o tratamento. Além disso, para reduzir o tempo entre os sintomas e o tratamento nos municípios prioritários, faz-se necessário rever a estratégia atual e investir na qualidade dos dados.



Palavras-chaves:  Doenças Negligenciadas, Leishmaniose Visceral, Estratégias