A violência é um dos problemas que afligem o mundo moderno, entre várias está a violência contra a mulher. Presente em todos os ambientes, interferindo na vida social e na saúde, trazendo risco de vida para as vítimas. Devido a isso, a violência contra a mulher deve ser entendida como um problema de saúde pública. Geralmente, os agressores fazem parte do convívio social das vítimas, sendo alguém da família, ou o parceiro da vítima. O presente trabalho objetivou discutir a questão da violência contra a mulher e sua influência da saúde física e psicológica. A abordagem do tema foi realizada por meio de uma mesa redonda no campus Salinas do Instituto Federal do Norte de Minas. As quatro convidadas falaram sobre as diversas formas de violência, bem como da violência no ambiente acadêmico. No momento de debates o clima de confiança e apoio permitiu que várias mulheres relatassem as experiências de violência pelas quais já passaram. Um relato chamou a atenção pela intensidade das emoções despertas e após o evento entramos em contato com a estudante que concordou em ser entrevistada. A aluna relatou violência sexual vivida, sendo que o agressor foi um amigo da família. Ela cursava o quinto período do curso na época da agressão e não teve condições de continuar, trancando a matrícula por um ano. Segundo ela primeiro veio a sensação de culpa, foi intimidada pelo agressor que a ameaçou para não contar. Quando teve coragem de contar a um parente foi responsabilizada pela agressão. Teve problemas com insônia, falta de apetite, ansiedade, medo, dores no corpo, fraqueza e depressão. Procurou auxílio médico o que possibilitou a volta aos estudos e ao convívio social. Hoje consegue falar do assunto, mas não denunciou o agressor. Isso confirma as estatísticas, mas acima disso, mostra o quanto a sociedade define papéis femininos e masculinos e dita diferentes níveis de tolerância. É fundamental desnaturalizar papéis para construir uma cultura de respeito aos direitos humanos das mulheres. A mesa redonda foi importante por encorajar muitas mulheres ali presentes a contar o que já sofreram, a quebrar o silêncio, assim como o relato da nossa entrevistada. A promoção de palestras e debates nas instituições de ensino devem dar ênfase à prevenção, buscando mudanças de comportamento e mentalidade.