DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM TERESINA-PI
ANÁRYA TERESA DE FREITAS ROCHA 1, GIOVANA MIRA DE ESPINDOLA1, MARIA REGIANE ARAUJO SOARES1, JOSÉ DE RIBAMAR DE SOUSA ROCHA1, CARLOS HENRIQUE NERY COSTA1
1. PRODEMA - Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente , 2. CT - UFPI - Centro de Tecnologia, Departamento de Transportes, Campus Ministro Petrônio Portella, 3. CAFS - Campus Amílcar Ferreira Sobral , 4. CCN - UFPI - Centro de Ciências da Natureza, Departamento de Biologia, Campus Ministro Petrônio Portella , 5. DMC - UFPI - Departamento de Medicina Comunitária, Campus Ministro Petrônio Portella, 6. IDTNP - Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella
anaryarocha1@hotmail.com

Introdução: Nas Américas, a leishmaniose visceral é causada pelo protozoário Leishmania infatum e transmitida pelo vetor  Lutzomyia longipalpis.  A doença pode apresentar diferentes padrões de distribuição, podendo ocorrer nos ambientes rurais e urbanos. Objetivo: Avaliar o padrão de distribuição espaço-temporal da leishmaniose visceral na cidade de Teresina-PI. Desenho do estudo: O estudo é do tipo transversal retrospectivo. Métodos: O estudo foi realizado em Teresina-PI, utilizando apenas os casos notificados no perímetro urbano. Os casos notificados no período de 2007 a 2016 foram obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A confirmação da localização dos bairros no perímetro urbano foi realizada a partir da malha vetorial de Teresina em 2013, fornecidos pela Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação. O número de casos foi normalizado pela área do bairro, para melhor apreender o padrão de distribuição espacial dos casos. Os mapas temáticos foram elaborados através do software QGIS (2.18.14). Resultados: Foram notificados 754 casos de leishmaniose visceral entre, sendo que 695 (92,1%) foram utilizados na pesquisa, por se situarem dentro do perímetro urbano. Em relação à distribuição espacial, observou-se que as áreas de ocorrência da doença estão homogeneamente distribuídas por toda a cidade desde 2007, apresentando um padrão de distribuição difuso, atingindo principalmente as zonas Norte e Sul, e com redução pouco expressiva nas zonas Leste e Sudeste. Além disso, também não houve formação de agrupamentos de maior ocorrência da doença. Discussão: O padrão observado de distribuição espacial da doença foi diferente do que já foi relatado para o município, que apresentou um padrão periurbano restrito. Em estudos anteriores, apenas a incidência foi utilizada para visualizar a distribuição espacial, sem considerar a variação do tamanho das áreas do nível de agregação dos dados, dificultando a interpretação visual dos mapas temáticos. O padrão de distribuição difuso, com caráter prioritariamente urbano também foi encontrado em outras cidades brasileiras, porém outros padrões também foram relatados em outras cidades. Conclusão: Os padrões epidemiológicos da leishmaniose visceral são diversos, e a realização de estudos multidisciplinares, bem como o uso de metodologias adequadas para melhor interpretação dos resultados, são importantes para identificar antecipadamente as áreas de risco e traçar estratégias de controle.



Palavras-chaves:  epidemiologia , leishmaniose visceral , Piauí