PREPARAÇÃO E AVALIAÇÃO DO COMPLEXO ANTIMONIAL PENTAVALENTE-QUERCETINA (SbV-QUE)
JOYELANNE KALINE CHAGAS SOUZA 1, VALCILAINE TEIXEIRA BARBOSA1, JANAÍNA BARROS DE MENEZES1, LUCIANO APARECIDO MEIRELES GRILLO1, CAMILA BRAGA DORNELAS1
1. UFAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
JOYELANNESOUZA@GMAIL.COM

A leishmaniose é uma doença parasitária de alta mortalidade, que tem como primeira escolha fármacos antimoniais. Estes possuem elevada toxidade, que associado a via de administração parenteral e ao longo período de tratamento, leva ao abandono da terapia pelo paciente. Com isso, é legítima a busca por compostos menos tóxicos, eficazes e que sejam administrados por via mais cômoda ao paciente, sendo o pó uma base para formas farmacêuticas mais estáveis e de fácil administração. Nesse contexto, temos a quercetina, flavonoide leishmanicida com poder de quelação, possibilitando a complexação com semimetais, como o antimônio, responsável pela ação leishmanicida dos antimoniais. Diante disso, o presente trabalho objetivou preparar e avaliar o complexo antimônio-quercetina (SbV-QUE) em solução e em pó. Os materiais precursores foram quercetina anidra (solução metanólica) e hexahidroxiantimoniato (V) de potássio (solução aquosa), em proporção 1:1. Formado o complexo SbV-QUE SOL (solução), realizou-se secagem por rotaevaporação, liofilização ou spray drying. A caracterização do SbV-QUE SOL foi feita por fluorescência e espectrofotometria ultravioleta visível (UV-Vis). Já para SbV-QUE em pó, foram realizadas as técnicas de difratometria de raios X (DRX), espectrometria de fluorescência de raios X (EDX), espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FT-IV), análise termogravimétrica (Tg) e microscopia de fluorescência. Para SbV-QUE SOL, foi visto aumento de fluorescência, além de ter sido observado desvio batocrômico no UV-Vis, onde as bandas da quercetina foram deslocadas de 255 a 259nm para a banda II e 375 a 391nm para a banda I, evidenciando a formação do complexo. Para SbV-QUE em pó, notou-se diferença entre os planos cristalinos de precursores e produtos, que têm características amorfas, visto as análises de DRX. Através de EDX detectou-se a presença de antimônio nas amostras sólidas. O FT-IR indicou o sítio de ligação do complexo, que se deu através da –OH do C-3 e carbonila na posição 4. Por fim, foi observado o mesmo perfil térmico para os complexos em pó, além de as micrografias elucidarem as morfologias de superfície da quercetina e SbV-QUE em pó, confirmando a característica de fluorescência pós-secagem. Desse modo, o conjunto de técnicas evidenciou a formação do complexo com características semelhantes independentemente do método de secagem, o que é essencial para o prosseguimento da investigação de seu uso, visando o tto da leishmaniose.

Palavras-chaves:  antimônio, leishmaniose, quercetina