ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA SÍFILIS CONGÊNITA ENTRE OS ANOS DE 2007 E 2017 NA REGIÃO DE RECIFE, PERNAMBUCO, BRASIL
LAIANE MOREIRA VIANNA MAGALHAES 1, NATHÁLIA ALVES CASTRO DO AMARAL1, IVYSON DA SILVA EPIFÂNIO1, LARISSA DE SÁ CARVALHO1
1. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2. UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco
laianevianna@yahoo.com.br

A sífilis congênita é uma doença infectocontagiosa, que pode ser transmitida durante o parto. Esta é um importante problema de saúde pública, pois, apesar de ser de fácil diagnóstico e evitável, ainda é responsável por 40% das mortes perinatais e abortos espontâneos em gestantes não tratadas. Sendo assim, o presente estudo objetivou por meio do levantamento de dados disponíveis no departamento de informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) analisar o perfil epidemiológico da sífilis congênita em Recife no período de 2007 a 2017. A população do estudo foi composta por todos os casos de Sífilis congênita notificados (n=9084), estratificados pelas seguintes variáveis: ano de ocorrência; escolaridade; realização de pré-natal; tratamento do parceiro e evolução da doença. Foi observado um crescimento da doença no decorrer dos anos, sendo o maior numero de ocorrências registrados nos anos de 2014 a 2017 com 56,97% dos casos. Em relação a escolaridade, observou-se uma maior frequência em mães que possuíam o ensino fundamental incompleto (31,74%) e a menor, nas que possuíam educação superior completa (0,25%). No que diz respeito a realização de pré-natal, a maioria das mães (74,17%) realizou o exame. Durante o estudo constatou-se que a maioria dos parceiros (52,8%) não realizou o tratamento para a doença. A maioria dos casos evoluiu com a criança viva (90,5%), sendo apenas 3,48% com óbito tendo como causa a sífilis congênita. A sífilis em gestantes é uma doença em que a detecção ocorre ainda no pré-natal, e considerando que a maioria das mães realizou o exame, os casos elevados de sífilis congênita evidenciam deficiências no atendimento pré-natal pelas unidades de saúde, pois, mesmo com o acompanhamento prévio das gestantes, os bebês nasceram com a doença. Estes ainda podem ser relacionados ao baixo numero de consultas pré-natal; abandono do acompanhamento; ausência de retorno com os exames e etc. A maioria das mães possuía o ensino fundamental incompleto, demonstrando a influência dos fatores sociais no contexto da doença. O crescimento nos casos de Sífilis congênita ao decorrer dos anos evidencia a necessidade de ações voltadas ao seu controle, principalmente no que diz respeito a tríade vigilância-assistência-prevenção, importante para detecção da doença em tempo hábil, e estabelecimento do tratamento para a gestante e seu parceiro com consequente  redução da doença no recém nascido.



Palavras-chaves:  Atenção primária à saúde, Cuidado pré-natal, Sífilis congênita, Vigilância epidemiológica