ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO DE 2010 A 2016.
LAIANE MOREIRA VIANNA MAGALHAES 1, IVYSON DA SILVA EPIFÂNIO1, NATHÁLIA ALVES CASTRO DO AMARAL1, LARISSA DE SÁ CARVALHO1
1. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2. UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco
laianevianna@yahoo.com.br

Em países tropicais, como o Brasil, os acidentes com animais peçonhentos representam um significativo problema de saúde publica, pois em sua maioria, por não possuírem tratamento adequado, podem levar a sequelas e a morbi-mortaldade.  Com o avanço da urbanização houve um aumento significativo na ocorrência de intoxicações por animais peçonhentos, principalmente em zonas urbanas, ocupando o segundo lugar nas intoxicações humanas, perdendo apenas para intoxicações medicamentosas. Desta forma, analises do perfil epidemiológico destes acidentes no estado se tornam importantes para o desenvolvimento de ações de vigilância epidemiológica. O presente estudo objetiva descrever e especificar a incidência de acidentes por animais peçonhentos no estado de Pernambuco no período de 2010 a 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo quantitativo, cuja fonte de dados é o sitio eletrônico do Departamento de informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis consideradas neste estudo foram: Região de ocorrência, sexo, faixa etária, tipo de acidente, evolução, tempo de acidente-atendimento e mês da ocorrência. No período analisado foram notificados 69.635 acidentes por animais peçonhentos, com uma maior prevalência na cidade de Recife com 56,64% dos casos (39.443). Dos casos observados, 37.554 (53,9) ocorreram no sexo feminino, 32.073 (46%) no sexo masculino e 8 (0,01%) foram ignorados. A faixa etária com maior índice acidental foi entre 20-39 anos com 31,86% (22.183) casos do total. Os acidentes escorpiônicos constituem a grande maioria dos casos, com 74,9% (52.180) do total, seguido pelos acidentes com abelhas, com 9,3% (6.501) e ofídicos com 7,85% (5.471). Em sua grande maioria, os casos evoluem para a cura (89,2%). Este fato pode ser explicado pela classificação final dos pacientes, onde 83,7% dos casos são classificados como leve e pelo atendimento rápido, aonde 34% dos casos foram atendidos entre 0-1h, seguidos por 21,98% com atendimento entre 0-3h após a ocorrência do acidente.  Delinear o perfil epidemiológico desses acidentes é primordial para a prevenção de novos casos. Através deste delineamento estratégias de educação em saúde podem ser elaboradas e instituídas, sendo voltadas para os grupos de risco no estado, orientando a população os principais procedimentos em caso de ocorrência.



Palavras-chaves:  Animais peçonhentos, Epidemiologia, vigilância em saúde pública