CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EPIDEMIOLÓGICO PARA A TRANSMISSÃO DA ESQUISTOSSOMOSE EM PERNAMBUCO, 2017 |
A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni . No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” e “doença dos caramujos”, e somente três espécies de caramujos são consideradas como hospedeiros intermediários naturais da esquistossomose: Biomphalaria glabrata , B. straminea e B. tenagophila . Pernambuco ainda é considerado a Unidade Federada do Brasil com maior grau de endemicidade para a esquistossomose, sendo a classificação de risco dos municípios definido de acordo com a ocorrência de casos da doença e da presença de caramujos. O presente trabalho tem como objetivo classificar os municípios quanto ao potencial risco de transmissão da esquistossomose mansoni em Pernambuco em 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, utilizando dados secundários do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE), do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) além de registros bibliográficos e boletins das atividades de campo de pesquisa malacológica para identificação das áreas com coleções hídricas de importância epidemiológica. Para a definição da endemicidade dos municípios pernambucanos foi utilizado a seguinte classificação de risco: município endêmico- presença do caramujo e registro de casos humanos em mais de uma localidade; município vulnerável- presença do caramujo, mas sem registro de caso humano; município focal- presença do caramujo, porém os casos humanos situam-se em apenas uma localidade; município indene- não há presença de caramujos e nem registro de caso humano. A análise demostrou que dos 184 municípios e mais o Distrito de Fernando de Noronha 101(54,6%) municípios foram classificados como endêmicos para a esquistossomose, estes estão localizados na Mesoregião metropolitana, zona da mata e parte do agreste do Estado. Foram ainda considerados como vulneráveis 49 (24,5%) municípios e 35(19,0%) focais. Os dados apresentados demonstram que há registro de caramujos em todos os municípios do estado, favorecendo a expansão da doença. Dessa forma é de fundamental importância a priorização da gestão em saúde pública na definição de estratégias diferenciadas para o enfrentamento desta endemia de forma a garantir a promoção de mudanças favoráveis da situação epidemiológica, detectando os casos e tratando-os oportunamente visando reduzir a evolução para as formas graves e o óbito. |