ABORDAGEM DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA COM TUBERCULOSE DURANTE A FORMAÇÃO ACADÊMICA: A EXPERIÊNCIA DA LIGA ACADÊMICA EM DOENÇAS ESTIGMATIZANTES
PAULA SACHA FROTA NOGUEIRA 1,2,3, LARISSA CORDEIRO GRANGEIRO1,2,3, CAROLINE MARY GURGEL DIAS FLORÊNCIO1,2,3, LIANA MARA ROCHA TELES1,2,3, JAMINE BORGES DE MORAIS1,2,3
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. LADES - Liga Acadêmica em Doenças Estigmatizantes, 3. NEESP - Núcleo de Estudos de Enfermagem em Saúde Pública
sachanogueiraufc@gmail.com

Introdução: População em situação de rua é termo empregado para denominar pessoas que vivem na e da rua, e que experenciam um processo transitório de exclusão social, pois vivem em condição social marcada pela falta de moradia adequada, pobreza, baixo padrão de higiene pessoal e ambiental, sujeitos ainda a doença física e mental, isolamento social e político. Objetivo: Relatar experiência da atuação de acadêmicos da área da saúde na abordagem da população de rua com tuberculose. Desenho do estudo: Estudo do tipo relato de experiência. Métodos: Os resultados desse estudo referem-se à experiência da Liga Acadêmica em Doenças Estigmatizantes (LADES) da Universidade Federal do Ceará. As ações acontecem fixamente as sextas-feiras de 17:00 as 20:00 em casa de apoio mantida por Organização Não Governamental que acolhe esse público, e no último domingo de cada mês a partir das 6:30, em Fortaleza, Ceará.  As atividades fazem parte da carga horária obrigatória de formação da LADES, em que o integrante necessita cumprir no mínimo 72 horas semestrais de atendimento à população de rua. Para que o acadêmico possa participar não é necessário estar em período específico da graduação, porém este deverá concluir oito horas de treinamento interno, em que são abordados os temas: comunicação efetiva em saúde, atendimento a pessoa vivendo em situação de rua, e assistência em tuberculose. Resultados: São atendidos em média 20 pessoas por atividade, com predomínio do sexo masculino. Nestas atividades é realizada atividade educativa sobre tuberculose e outras doenças, coleta de escarro dos sintomáticos respiratórios e atendimento de outras necessidades de saúde, como curativos. As queixas mais comuns dos participantes abrangem doenças dermatológicas, respiratórias, acidentes com material cortante durante o manuseio do lixo, lesões decorrentes de brigas e más condições de higiene e infecções sexualmente transmissíveis. Discussões: Durante as ações é possível observar e discutir entre os acadêmicos sobre o estigma que envolve o atendimento às populações vulneráveis, e a emergência da necessidade da inclusão desse tópico nos currículos de graduação, não apenas no âmbito do fazer prático, mas também no destaque a bioética e a humanização da assistência à saúde da população. Conclusões: Percebe-se que atividade de formação vem adicionado não somente experiência ao acadêmico, mas provoca uma mudança de percepção para as necessidades da população vulnerável.



Palavras-chaves:  Capacitação profissional, Populações vulneráveis, Tuberculose