ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2007 A DEZEMBRO DE 2016: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
GIDEON BATISTA VIANA JÚNIOR 1, LUCIANA MARIA FORTES MAGALHÃES CASTELO BRANCO COUTO1, LÍVIA MARIA ALCÂNTARA VASCONCELOS1, SOFIA NAIRA BARBOSA FREITAS1, LORENNA LIMA DE OLIVEIRA1, SÍLVIA ALCÂNTARA VASCONCELOS1
1. UESPI - Universidade Estadual do Piauí, 2. UFPI - Universidade Federal do Piauí
gideon.viana.jr@gmail.com

Animais peçonhentos produzem peçonha e têm estruturas capazes de inoculá-la em sua presa ou predador. O Brasil, por seu clima tropical e biodiversidade, possui diversas espécies desses animais, que constituem a segunda causa de envenenamento humano no país. Esse estudo objetivou analisar os aspectos epidemiológicos dos casos de acidentes por animais peçonhentos registrados no estado do Piauí no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2016. Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. A coleta de dados foi feita a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram verificadas as variáveis: casos por ano, sexo, tipo de acidente, classificação do acidente, tempo entre picada e atendimento e evolução do caso. Os dados foram consolidados e tabulados no Microsoft Excel 2010. No período de janeiro de 2007 a dezembro de 2016 foram notificados 15315 acidentes por animais peçonhentos sendo 2016 o ano de maior incidência com 2809 (18,3%) notificações. Quanto ao sexo, o masculino teve 8620 (56,3%) casos e o feminino 6694 (43,7%). Os acidentes com escorpiões foram os mais prevalentes com 9913 (64,7%) casos, seguido dos com serpentes 2240 (14,6%), abelhas com 1201 (7,8%), aranhas com 701 (4,6%) e lagartas com 125 (0,8%). O tempo entre picada e atendimento na maioria dos casos foi de 1 a 3 horas (31,8%) seguido do período de até 1 hora (28%). Quanto à classificação do acidente, os casos classificados como leve foram 10820 (70,6%), moderado 3047 (20%) e grave 175 (1,1%). Cerca de 88,8% dos casos evoluíram para a cura. Os acidentes por animais peçonhentos no estado do Piauí ocorrem, principalmente, no sexo masculino, pois os homens estão mais expostos já que exercem atividades externas, como a agricultura. A prevalência do escorpionismo seguido do ofidismo nesse estudo corrobora com o esperado para a Região Nordeste. No entanto, em oposição à literatura, foi visto mais casos de acidentes por abelhas do que aranhas. A prevalência de acidentes leves e a alta porcentagem de cura são positivas, no entanto, o atendimento às vítimas requer maior agilidade, devido à gravidade com a qual determinados casos podem evoluir. Conclui-se que os casos de acidentes por animais peçonhentos no estado do Piauí foram, sobretudo, por escorpionismo e em homens. Foram classificados como leves e ocorreram em 2016. Ademais, o tempo entre picada e atendimento foi de 1 a 3 horas e os casos evoluíram para cura.



Palavras-chaves:  Acidentes, Animais Venenosos, Epidemiologia, Evolução Clínica, Gravidade do Paciente