ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA, NO PERÍODO DE 2007 A 2017, NO ESTADO DO PIAUÍ
GIDEON BATISTA VIANA JÚNIOR 1, LORENNA LIMA DE OLIVEIRA1, LÍVIA MARIA ALCÂNTARA VASCONCELOS1, SOFIA NAIRA BARBOSA FREITAS1, LUCIANA MARIA FORTES MAGALHÃES CASTELO BRANCO COUTO1, SÍLVIA ALCÂNTARA VASCONCELOS1
1. UESPI - Universidade Estadual do Piauí, 2. UFPI - Universidade Federal do Piauí
gideon.viana.jr@gmail.com

Segundo o Ministério da Saúde, ocorreu um aumento significativo no número de casos tanto de sífilis adquirida, como sífilis gestacional e congênita nos últimos 5 anos no Brasil. Além disso, no Piauí, assim como em outros estados, foi observado, em 2016, uma taxa de incidência de sífilis congênita maior do que as taxas de detecção de sífilis em gestantes, o que correlaciona-se tanto com lacunas no diagnóstico, quanto com notificações equivocadas. O percentual de gestantes não tratadas com sífilis no Piauí é de 5,4% (maior que a média nacional de 4,8%), assim como a taxa de incidência de sífilis congênita (por 1000 nascidos vivos) de Teresina que se aproxima de 15%, bem maior que a média nacional de 6,8%. Este trabalho objetiva traçar um perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita do Piauí, no período de 2007 a 2017, que inclui todo o intervalo no qual os índices brasileiros cresceram. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e transversal, que utilizou dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Observou-se que, entre 2007 e 2017, foram notificados 1,858 casos de sífilis congênita, sendo 2017 (com 443 casos), 2016 (436 casos) e 2015 (425 casos) os anos com maior incidência, correspondendo a 70,18% dos casos e 2009 (12) o ano com menor incidência. Quando a faixa etária de diagnóstico, 1756 (94,51%) foram diagnósticos até o 6° dia, 41 entre o 7° e o 27° dia, 59 entre o 28° dia e 1 ano, 1 entre 12 e 23 meses e 1 entre 2 e 4 anos, configurando apenas 1 caso de sífilis congênita tardia (0,057%, menor que a média nacional de 0,2%). Em relação ao pré-natal, 1586 gestantes (85,36%) realizaram o pré-natal, 240 não realizaram e 32 não informaram. Quanto ao diagnóstico de sífilis gestacional, 866 dos casos foram diagnosticados no pré-natal, 616 no momento do parto, 326 após o parto, 14 não foram diagnósticas e 34 não foram informados.  Em relação a evolução, 69 casos foram a óbito, sendo 42 relacionados a sífilis (10,2 por 100 mil, 7° pior taxa de mortalidade do país). Tais dados estão em consonância com os dados nacionais, no entanto é importante perceber que 1586 gestantes realizaram o pré-natal e apenas 866 tiveram a sífilis diagnosticada ainda no pré-natal, o que contribui para uma maior taxa de transmissão vertical. Por fim, esses dados podem ser atribuídos ao aumento na cobertura de testagem, a redução do uso de preservativos, ao desabastecimento de penicilina e ao aprimoramento do sistema de vigilância.



Palavras-chaves:  Cuidado Pré-natal, Monitoramento Epidemiológico, Saúde Pública, Sífilis, Sífilis Congênita