ESTUDO COMPARATIVO DA RESPOSTA TERAPÊUTICA À ANFOTERICINA B LIPOSSOMAL NA LEISHMANIOSE VISCERAL EM ADULTOS COM E SEM HIV |
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença sistêmica grave com letalidade podendo variar de 5 a 8%. O maior número de óbitos e recidivas da LV em pacientes com HIV incita a análise da efetividade do tratamento nesses casos. A anfotericina B lipossomal (AmBL) é um fármaco considerado efetivo, porém ainda pouco estudado em coinfectados. Com o objetivo de comparar a resposta terapêutica à AmBL na LV em adultos com e sem infecção pelo HIV, realizou-se uma pesquisa com pacientes de LV maiores de 13 anos atendidos no Hospital Universitário da UFMS (HUMAP) – Campo Grande/MS. Foram incluídos aqueles com o primeiro episódio de LV com diagnóstico confirmado laboratorialmente e que tenham sido tratados exclusivamente com AmBL. Foram excluídos os casos cujo seguimento até o final do tratamento proposto não foi possível por transferência de hospital ou abandono. Os dados foram obtidos a partir das fichas de notificação de LV dos anos de 2015 a 2017 do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do HUMAP, bem como dos prontuários clínicos. Os casos foram seguidos por até 6 meses. Dos 25 pacientes incluídos, 10 (40%) eram portadores de HIV, 17 (68%) homens, sendo a média de idade de 48,4 anos variando entre 21 a 101 anos, todos procedentes do MS, sendo 72% da capital, Campo Grande. A taxa de resposta terapêutica, seguindo os critérios de cura e melhora estabelecidos, foi de 72% (18/25), sem diferenças entre pacientes com e sem HIV [70,0% vs 73,0%; p>0,05]. Deve-se considerar que pacientes sem HIV e com menos de 50 anos, usaram AmBL apenas se apresentassem disfunção renal, cardiopatia ou maior gravidade; o que pode ter sido responsável pela baixa resposta terapêutica também nos não infectados pelo HIV, prejudicando a comparação entre os grupos. O serviço referido é considerado centro de referência especializado e recebe pacientes portadores de maiores disfunções orgânicas, o que justifica a baixa resposta terapêutica aqui observada. Ressalta-se a ausência de bons critérios que definam cura na LV, especialmente entre pacientes HIV/AIDS. |