ESTUDO COMPARATIVO DA RESPOSTA TERAPÊUTICA À ANFOTERICINA B LIPOSSOMAL NA LEISHMANIOSE VISCERAL EM ADULTOS COM E SEM HIV
MARCELLO BERTOLDI SANCHEZ NEVES1, BRUNA THAIS RAITER1, KELI BALDUINO DE RAMOS1, LUIZ FELIPE ESPINDULA BELTRAME1, IGOR VALADARES SIQUEIRA 1, MATTHEUS MARQUES RODRIGUES DE SOUZA 1, ANGELITA FERNANDES DRUZIAN1, MAURICIO ANTONIO POMPÍLIO1, ANAMARIA MELLO MIRANDA PANIAGO1
1. UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2. HUMAP - Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian
igorvaladares@gmail.com

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença sistêmica grave com letalidade podendo variar de 5 a 8%. O maior número de óbitos e recidivas da LV em pacientes com HIV incita a análise da efetividade do tratamento nesses casos. A anfotericina B lipossomal (AmBL) é um fármaco considerado efetivo, porém ainda pouco estudado em coinfectados. Com o objetivo de comparar a resposta terapêutica à AmBL na LV em adultos com e sem infecção pelo HIV, realizou-se uma pesquisa com pacientes de LV maiores de 13 anos atendidos no Hospital Universitário da UFMS (HUMAP) – Campo Grande/MS. Foram incluídos aqueles com o primeiro episódio de LV com diagnóstico confirmado laboratorialmente e que tenham sido tratados exclusivamente com AmBL. Foram excluídos os casos cujo seguimento até o final do tratamento proposto não foi possível por transferência de hospital ou abandono. Os dados foram obtidos a partir das fichas de notificação de LV dos anos de 2015 a 2017 do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do HUMAP, bem como dos prontuários clínicos. Os casos foram seguidos por até 6 meses. Dos 25 pacientes incluídos, 10 (40%) eram portadores de HIV, 17 (68%) homens, sendo a média de idade de 48,4 anos variando entre 21 a 101 anos, todos procedentes do MS, sendo 72% da capital, Campo Grande. A taxa de resposta terapêutica, seguindo os critérios de cura e melhora estabelecidos, foi de 72% (18/25), sem diferenças entre pacientes com e sem HIV [70,0% vs 73,0%; p>0,05]. Deve-se considerar que pacientes sem HIV e com menos de 50 anos, usaram AmBL apenas se apresentassem disfunção renal, cardiopatia ou maior gravidade; o que pode ter sido responsável pela baixa resposta terapêutica também nos não infectados pelo HIV, prejudicando a comparação entre os grupos. O serviço referido é considerado centro de referência especializado e recebe pacientes portadores de maiores disfunções orgânicas, o que justifica a baixa resposta terapêutica aqui observada. Ressalta-se a ausência de bons critérios que definam cura na LV, especialmente entre pacientes HIV/AIDS.



Palavras-chaves:  Leishmaniose Visceral , Coinfecção, HIV, Tratamento, Anfotericina B Lipossomal