DINÂMICA DAS CÉLULAS HEMATOLÓGICAS EM PACIENTES COM PARACOCCIDIOIDOMICOSE NO DECORRER DO TRATAMENTO
IGOR VALADARES SIQUEIRA 1, ELIANA DA COSTA ALVARENGA DE BRITO1, ANAMARIA MELLO MIRANDA PANIAGO1, SIMONE SCHINEIDER WERBER1
1. UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
igorvaladares@gmail.com

A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica com prevalência elevada no Brasil cujo agente etiológico é o fungo termo-dimórfico Paracoccidioides ssp. . Alterações hematológicas podem ser observadas na PCM, sendo que os achados mais frequentes, observados no hemograma do sangue periférico são anemia, neutrofilia e eosinofilia. O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações celulares hematológicas na admissão e durante o tratamento da PCM. Participaram do estudo pacientes com PCM, atendidos no Hospital Dia do HU-UFMS, entre o período de 2015 e 2017. Foram incluídos na pesquisa, indivíduos de ambos os sexos, cujo diagnóstico de PCM foi confirmado pelo exame micológico ou sorológico. Foram excluídos pacientes com diagnóstico de HIV. Hemograma completo, determinado pelo equipamento hematológico da Série-XN 3000 (Sysmex Corporation, Kobe, Japan) e proteína C reativa (PCR), pelo método imunoturbidimétrico (Cobas 600 Analyzer E501, Roche Germany) foram realizados no momento da admissão (M0), após melhora (M1), na cura clínica - desaparecimento dos sinais e sintomas (M2) e na cura sorológica - soro não reagente à imunodifusão (IDD) em intervalo de 6 meses (M3). Na análise estatística, utilizou-se o teste t pareado ou teste Wilcoxon para comparação de duas amostras, e o teste ANOVA ou Friedman para a comparação de mais de duas amostras. O nível de significância estabelecido foi de p<0,05. Do total de 35 pacientes participantes do estudo, 97,2% (n=34) são do sexo masculino e 2,8% (n=01) do sexo feminino com idade média de 53 anos. Dos 35 pacientes no momento da admissão (M0), 40% (n=14) apresentaram anemia (Hb < 13,5g/dl), 14% (n=05) leucocitose (Leucócitos > 11.000 mm 3 ) e 63% (n=22) tinham PCR aumentada (PCR > 5mg/L). Observou-se elevação significativa dos níveis séricos de eritrócitos, hemoglobina, do percentual de eosinófilos e linfócitos; e redução de leucócitos e plaquetas durante o processo de cura dos pacientes. A resposta terapêutica na PCM é monitorada pelo desaparecimento dos sinais e sintomas dos pacientes, pela normalização da PCR e negativação da sorologia. O conhecimento da dinâmica das células hematológicas durante este processo é importante para compreensão do papel de diferentes aspectos do metabolismo e da resposta imunológica, relacionados aos componentes celulares do sangue periférico.



Palavras-chaves:  Anemia, Hemograma, Paracoccidioidomicose