HANSENÍASE: PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES DO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA- AL ENTRE OS ANOS DE 2005 A 2016
EVERLY SANTOS MENEZES1, ALDENYESLLE RODRIGUES DE ALBUQUERQUE1, LUANA KAREN CORREIA DOS SANTOS1, WALCELIA OLIVEIRA DOS SANTOS1, CAROLINNE DE SALES MARQUES1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. CRIA - Centro de Referência Integrado de Arapiraca
everlysm@hotmail.com

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, causada pela bactéria Mycobacterium leprae . Representa uma condição com alto potencial incapacitante, sobretudo em áreas de maior vulnerabilidade social. Na região nordeste a doença ocupa importante posição nacional em número de casos, incluindo o estado de Alagoas. Esse estudo teve como objetivo descrever as características clínicas dos pacientes diagnosticados com hanseníase no município de Arapiraca- AL entre os anos de 2005 a 2016. Foi realizado um estudo epidemiológico retrospectivo descritivo, dos casos notificados de hanseníase no município. Foram utilizados dados secundários de notificação da doença obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde em parceria com o Centro de Referência Integrada de Arapiraca (CRIA). Os dados de forma clínica da hanseníase foram tabulados e analisados de forma descritiva em gráficos e tabelas. Entre os anos de 2005 a 2016 foram notificados pelo SINAN 445 casos novos de hanseníase em Arapiraca- AL. Quanto à forma clínica, foi observado que 27,4% (n=122) dos pacientes apresentou a forma tuberculóide, 26,5% (n=118) apresentou a forma dimorfa, 13,9% (n=62) a forma virchowiana e 12,5% apresentou a forma indeterminada. Quanto à classificação operacional, 51% (n=227) dos casos eram multibacilar e 49% (n=218) eram paucibacilar. A maioria dos pacientes não apresentou nenhum grau de incapacidade (247/55,5%), ainda assim, 36,5% (n=163) apresentou grau I ou II de incapacidade física. No momento do diagnóstico 49,2% (n=219) dos pacientes apresentaram de 2 a 5 lesões, 23,8% (n=106) apresentaram lesão única e 19,5% (n=87) apresentaram mais de 5 lesões. Os dados à respeito da forma clínica e da classificação operacional revelam que a maioria dos pacientes foram diagnosticados numa fase mais avançada da doença, refletindo diagnóstico tardio. O percentual de pacientes com incapacidades físicas é um indicador do impacto da doença e o número de lesões está diretamente associado com sua forma clínica mais grave, estando relacionado também com a ocorrência de incapacidades nos pacientes. As informações observadas apontam que tem ocorrido o diagnóstico tardio da doença e atraso no início do tratamento, destacando a importância de ações voltadas para a prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e vigilância dos contatos domiciliares, a fim de contribuir com a redução do número de casos de hanseníase no município.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Fatores de risco, Hanseníase