ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM HANSENÍASE EM ALAGOAS ENTRE OS ANOS DE 2014 A 2016
ALDENYESLLE RODRIGUES DE ALBUQUERQUE1, EVERLY SANTOS MENEZES1, MIKAEL ADALBERTO DOS SANTOS1, CAROLINNE DE SALES MARQUES1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
everlysm@hotmail.com

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica que se manifesta por sinais e sintomas dermatoneurológicos, podendo levar a dano neural e incapacidades . É uma das doenças mais antigas da humanidade, mas ainda hoje constitui problema de saúde pública no Brasil, com a região nordeste com média endemicidade para a doença. Assim estudos epidemiológicos nos estados dessa região se fazem importante. Este estudo possui como objetivo analisar o perfil dos pacientes com hanseníase no estado de Alagoas entre os anos de 2014 e 2016. Foi realizado um estudo epidemiológico retrospectivo descritivo. Foram utilizados dados secundários de notificação de hanseníase obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados foram tabulados e foi realizada uma análise descritiva quantitativa. Como resultado o SINAN notificou 1163 casos de hanseníase durante os três anos analisados, com incidência de 9,58/100.000 habitantes, qualificando a doença como de média endemicidade no estado.  Entre os sexos, o masculino apresentou 50,90% dos casos. As faixas etárias com maior número de casos foram de 35 a 49 anos com 26,83%, seguida pela faixa de 50 a 64 anos com 25,97%. A classificação operacional no momento do diagnóstico evidenciou que 58,73% foram multibacilar e 41,27% foram paucibacilar. A forma clínica Dimorfa apresentou 25,97% dos casos, a Tuberculóide 20,64%, a indeterminada 15,82% e a forma Virchowiana 14,88% dos casos, sendo 22,70% dos casos não classificados ou ignorados. A avaliação do paciente no diagnosticou mostrou que 49,27% tinham grau zero de incapacidade, grau I com 26,74% , grau II com 7,48. Quanto a avaliação no momento da cura, 77,21% dos pacientes não foram avaliados. O estudo mostrou que a maioria dos casos está entre 35 a 64 anos, indicando um possível grupo de susceptibilidade para o adoecimento. Quanto as formas clínicas, o número alto de pacientes multibacilares e com as forma dimorfa e virchowiana, formas graves da doença, corroboram com a detecção tardia e com tendência a sequelas. A alta subnotificação quanto a evolução do grau de incapacidade induz a ideia de negligencia no acompanhamento dos pacientes. Esse estudo é de grande valor para a população e serviços de saúde de Alagoas, pois traz um enfoque epidemiológico para as características dos pacientes, e evidencia dados importantes como o número alto de pacientes transmissores da doença, pacientes com formas graves e a subnotificação de dados.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hanseníase, Saúde pública