ESTRATÉGIA DE DESENHO CASO-CONTROLE PARA INVESTIGAR ASSOCIAÇÃO GENÉTICA NA HANSENÍASE EM UMA POPULAÇÃO ALAGOANA
LUANA KAREN CORREIA DOS SANTOS1, SUSANA PAIVA OLIVEIRA1, EVERLY SANTOS MENEZES1, ALDENYESLLE RODRIGUES DE ALBUQUERQUE1, JOSÉ VICTOR DE MENDONÇA SILVA1, WALCELIA OLIVEIRA DOS SANTOS1, JAQUELINE FERNANDES LOPES1, CAROLINNE DE SALES MARQUES1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. CRIA - Centro de Referência Integrado de Arapiraca, 3. HEMOAR - Hemocentro Regional de Arapiraca
everlysm@hotmail.com

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e que constitui problema de saúde pública no Brasil . Em 2016 foram registrados em Alagoas 196 novos casos, uma incidência de 8,13/100.000 habitantes. Um dos fatores que influenciam no desenvolvimento da hanseníase é a genética do hospedeiro, especialmente marcadores moleculares (SNPs) em genes relacionados a resposta imune. Estudos populacionais caso-controle constituem uma ferramenta para estimar a associação genética em doenças infecciosas, permitindo estimar a chance dos indivíduos que possuem um determinado SNP em desenvolver a hanseníase. O objetivo do trabalho foi desenhar um estudo do tipo caso-controle na população de Alagoas para avaliar a associação genética na hanseníase. Realizamos um estudo epidemiológico, retrospectivo, descritivo e quantitativo. A estratégia utilizada para desenhar o grupo de casos foi o recrutamento de pacientes com hanseníase no Centro de Referência Integrado de Arapiraca (CRIA), enquanto para o grupo de controles foram recrutados indivíduos saudáveis no Hemocentro Regional de Arapiraca (HEMOAR). Ambos os Centros concentram indivíduos de vários municípios do interior de Alagoas. Como resultado, no período de setembro/2017 a janeiro/2018 foram recrutados 51 pacientes, dos quais 63% foram do sexo masculino, com média de idade de 48 anos (±17,9) e a maioria na faixa entre 40 e 60 anos. Dos pacientes 55% foram oriundos de municípios vizinhos e 45% residentes de Arapiraca. Quanto à forma clínica, 65% apresentaram a hanseníase multibacilar e 15% paucibacilar. Em relação ao grupo controle, foram recrutados 179 indivíduos entre abril e maio de 2018, com o seguinte perfil: 69,3 % do sexo masculino, 49,7% residentes de Arapiraca e 46,3% de municípios circunvizinhos. A média de idade dos controles foi de 38 anos (±12,15), estando a maioria em uma faixa etária de 30 a 40 anos. Na população recrutada, a doença se distribuiu em uma ampla faixa etária, com maior concentração em homens, tanto de Arapiraca quanto de municípios vizinhos, o que torna o estudo mais representativo do estado de Alagoas. A distribuição das variáveis entre casos e controles indica a adequação das amostras recrutadas para o estudo genético. Conclui-se que a estratégia de desenho caso-controle utilizada foi adequada para a realização de posteriores estudos genéticos, os quais podem contribuir para um painel de risco para o desenvolvimento da hanseníase.

Palavras chave: Genética, Hanseníase, Polimorfismos.



Palavras-chaves:  Genética, Hanseníase, Polimorfismos