PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA EM ALAGOAS NO ANO DE 2017 |
A Sífilis Congênita (SC) é uma doença infectocontagiosa decorrente da disseminação hematogênica do Treponema pallidum da gestante não tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via transplacentária. É responsável por desfechos desfavoráveis como óbito fetal ou perinatal, prematuridade, baixo peso ao nascer, lesões neurológicas e outras sequelas. A transmissão vertical da sífilis pode ocorrer em qualquer período gestacional ou durante o parto, e pode ser evitada através do tratamento da gestante e do parceiro com penicilina benzatina, preferencialmente. A SC é dividida em: precoce (até o segundo ano de vida) e tardia (surge após segundo ano de vida). O tratamento para sífilis congênita é realizado com penicilina. Este trabalho tem como objetivo conhecer a situação epidemiológica da Sífilis Congênita em Alagoas no ano de 2017. A metodologia utilizada baseou-se na análise de dados fornecidos pelo Departamento de informática do SUS (DATASUS), e utilizaram-se as variáveis: classificação, evolução, diagnóstico gestacional, realização de pré-natal e tratamento do parceiro. Foram identificados 375 casos confirmados de SC no período analisado. Destes 299 são classificados como SC precoce, 2 natimortos/aborto por sífilis, 13 foram descartados e 61 a foi classificação ignorada. Com relação à evolução 8 evoluíram á óbito devido ao agravo e 2 óbitos devido a outra causa. O diagnóstico gestacional destes casos, 158 foi durante o pré-natal, 132 no momento do parto e 54 pós-parto. 291 gestantes realizaram o pré-natal, enquanto 47 não fizeram. O tratamento do parceiro foi realizado em apenas 92 casos, enquanto que 196 não o fizeram e 87 casos teve a informação ignorada. Os dados refletem a precariedade da saúde primária no país, na qual a SC pode ser evitada, através da realização correta do pré-natal, não podendo ser feita no interparto ou pós-natal, fato que ressalta a relação direta entre a frequência da enfermidade e a qualidade dos serviços de atenção básica e saúde da mulher. Além do tratamento da gestante é imprescindível a realização do tratamento do parceiro, na qual os dados confirmam um número reduzido. Portanto, é necessário que haja uma vigilância epidemiológica da sífilis gestacional para evitar a transmissão vertical, implementação do tratamento adequando como também avaliação destas medidas, visto que as consequências deste agravo podem comprometer a vida ou deixar sequelas graves. |