PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO TÉTANO ACIDENTAL NA REGIÃO NORDESTE NO ANO DE 2017 |
O Tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada pelo Clostridium tetani , que penetra no organismo através de uma porta de entrada, seja ela um ferimento leve ou grave. O C. tetani está presente e livre no meio ambiente, juntamente com poeira, areia, objetos enferrujados, instrumentos cirúrgicos não esterilizados e outros. O Tétano Acidental (TA) pode apresentar-se de forma localizada ou generalizada, de acordo com a distribuição da contratura e espasmos musculares. O tétano pode ser caracterizado como risco ocupacional de categorias específicas de trabalhadores, dentre estes se destacam os da indústria da construção civil. O TA ainda é uma doença frequente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, mas que pode ser prevenida por imunização. Este trabalho tem como objetivo conhecer a situação epidemiológica do Tétano Acidental na Região Nordeste no ano de 2017. A metodologia utilizada baseou-se na análise de dados fornecidos pelo Departamento de informática do SUS (DATASUS), e utilizaram-se as variáveis: idade, sexo, Unidade da Federação (UF) de atendimento e evolução. Foi identificado um total de 57 casos confirmados no período analisado, com predomínio do sexo masculino correspondendo a 91,22% destes, contra 8,78% do sexo feminino. As faixas etárias mais prevalentes foram de 40-59 anos e 20-39 anos com 29 e 11 casos respectivamente. Os Estados da região com maiores índices são Ceará, Maranhão e Bahia que apresentam 22,8% e os dois últimos 19,3% respectivamente. 20 pessoas evoluíram para óbito pelo agravo, 5 morreram por outras causas, 24 tiveram cura e 8 casos foram ignorados. Estes dados remetem a uma reflexão sobre a deficiência da saúde pública no que condiz a imunização da população, visto que este agravo pode ser prevenido através da vacinação. Os programas de vacinação tem privilegiado o controle do tétano neonatal, e consequentemente as mulheres em período reprodutivo são beneficiadas, pois é vacinada com a finalidade de proteger a criança. Contudo, há uma baixa cobertura vacinal ao adulto, principalmente os homens, por não estarem incluídos nos programas e campanhas de imunização, atrelado a isto os homens estão mais expostos aos fatores ocupacionais. Mesmo o tétano se tratar de uma doença prevenível por imunização, ainda é frequente. Portanto, é necessário que haja políticas públicas de imunizações eficientes, com inclusão maciça de homens nestas. |